Várias fontes descrevem o ruído de maneira diferente: como um som sibilino, um zumbido, ou uma buzina. O problema é tão grande para os caçadores que a administração do premiê de Nunavut (território canadense) pediu ao Departamento de Defesa Nacional para iniciar uma investigação.
"O Departamento de Defesa Nacional foi informado do ruído estranho provenientes do Estreito de Fury e Hecla e as Forças Armadas do Canadá estão dando os passos necessários para conduzir uma investigação eficiente desta situação", disse o porta-voz do Departamento de Defesa Nacional, Evan Koronewski, à revista online Motherboard.
"Essa é uma das principais áreas de caça no Verão e no Inverno, chamada ‘Polynya’ ", disse Paul Quassa, membro da assembleia legislativa, à CBC (a rede pública de rádio e televisão do Canadá). ‘Polynya’ é uma área de mar aberto cercada por gelo, geralmente habitada por mamíferos marinhos em abundância. "Ultimamente quase não havia animais. Foi isso que desencadeou as suspeitas".
A área é conhecida especialmente devido às populações de baleias-da-Groenlândia, o que levou vários habitantes locais a acusar a Greenpeace de tentar sabotar a época de caça.
"Já ouvimos falar que tais organizações como a Greenpeace tinham instalado alguma espécie de sonares no leito para afastar os mamíferos marinhos do caminho e impedir os inuítes (nação indígena esquimó que povoa as regiões do Ártico no Canadá, Alasca e Groenlândia – Sputnik) de caçá-los", disse Quassa.
"Não só nunca faríamos nada para prejudicar a vida marinha, mas também temos todo o respeito pelo direito dos inuítes a caçarem e, claro, não estamos dispostos a causar qualquer impacto nisso", disse à Motherboard a porta-voz da organização, Farrah Khan.
Por enquanto, o enigma permanece e ninguém tem a mínima ideia o que é que poderá produzir tal ruído.
"Por enquanto, ainda estamos trabalhando no assunto", disse outro membro da assembleia legislativa, George Qulaut, à CBC.
"Não temos nem uma pista", adiantou.