A reportagem afirma que os assessores do ex-presidente consideraram quatro países como destino: Cuba, Venezuela, França e Itália, e a escolha teria sido o último, entre outras razões pelo fato de a ex-primeira dama Marisa Letícia ter cidadania italiana que seria extensiva aos filhos, também investigados. Ainda segundo a matéria, a saída de Lula do Brasil teria que ser negociada com os principais partidos de oposição para obter um salvo-conduto no Congresso, onde poderia ser concedida essa aprovação. O texto cita inclusive o advogado Sigmaringa Seixas, ex-deputado do PT, como um dos articuladores políticos dessa missão e o ex-ministro Nelson Jobim. Contatos também foram feitos, segundo a "Veja", com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-ministro Moreira Franco, que coordena atualmente o Programa de Parceria de Investimentos (PPI) com o setor privado devido sua proximidade com o presidente Michel Temer.
O texto da revista cita ainda um jantar oferecido pela embaixada italiana em Brasília para 40 convidados, entre eles aliados do ex-presidente com atuação no Judiciário e no Congresso. A reportagem afirma que, uma vez assegurado o salvo-conduto para chegada de Lula à embaixada, de lá ele partiria para a Itália em segurança.
Depois de ter perdido o fórum privilegiado, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter suspendido sua posse como ministro da Casa Civil, e ter o caso de volta para apreciação de Sérgio Moro, os aliados do ex-presidente concluíram que a prisão de Lula passou a ser questão de tempo. Várias estratégias foram traçadas desde então, até uma vigília montada por simpatizantes no mês passado em frente à sua casa em São Bernardo do Campo (SP) tão logo começaram a surgir nas redes sociais informações de que a Polícia Federal armava uma operação para prendê-lo.
Durante toda esta segunda-feira, 7, a Sputnik Brasil tentou entrar em contato com interlocutores do ex-presidente para comentar as notícias publicadas pela revista. De deputados estaduais a federais, passando por senadores do PT, ninguém quis comentar a reportagem. A Sputnik também não obteve sucesso com diversos especialistas em política brasileira. Um dos últimos contatados foi conciso:
"Não comento especulações da Veja sobre Lula."