Segundo a Procuradora de Justiça do Ministério Público Estadual, Denise Tarin, responsável pelo projeto, a ideia é integrar o trabalho das Promotorias de Justiça de diversas áreas, além de reunir representantes de universidades e da sociedade civil para atuarem em parceria na prevenção, além de realizar campanhas de mobilização para que novas tragédias, como as enchentes em 2011 na Região Serrana do Rio, não se repitam mais.
"Nossa ideia não é responsabilizar ninguém. A nossa ideia é simplesmente que as pessoas assumam as suas responsabilidades. Muitas pessoas que moram em áreas de risco podem colaborar e isso é a proposta de informação à comunidade, que cada um possa avaliar nessa linha de pensamento o que nós temos que fazer primeiro é: o que acontece hoje? A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro está preparada? O sistema de saúde está preparado? A comunidade está mobilizada?"
Denise Tarin, diz que a situação se agrava diante da crise econômica do Estado do Rio, tendo em vista que as medidas preventivas e procedimentos de segurança relacionados ao período das chuvas de verão podem ser negligenciadas.
A procuradora alerta que os contratos relacionados ao sistema de alerta expiraram e com isso há perigos reais para as comunidades que vivem em áreas de risco. Com isso, é necessário um acompanhamento minucioso junto ao governo do Estado para garantir com urgência a renovação dos contratos.
"Esse sistema faz o monitoramento das estações telemétricas, responsáveis pela medição das precipitações e cheias dos rios, cujos dados fundamentam o acionamento do sistema de alerta. Ou seja, se eu não sei o quanto choveu, não posso medir o encharcamento do solo, logo não posso antecipar o grau de risco de deslizamento e, por via de consequência, a comunidade não será informada e não sairá das casas, em áreas vulneráveis."
No desastre na Região Serrana, há cinco anos, sete municípios foram afetados por enchentes e deslizamentos de terra. Mais de 900 pessoas morreram em toda a Região Serrana, sendo cerca de 350 só na cidade de Teresópolis, outras 35 mil pessoas ficaram desabrigadas.