Fernando Bezerra Coelho destaca que o Partido Republicano sempre foi resistente quanto à medida de combate ao aquecimento global.
"O Partido Republicano sempre teve uma posição de muita resistência a acreditar que o aquecimento global seja uma realidade derivada da atividade produtiva do homem. Portanto, a eleição de Donald Trump representa uma grande incógnita em como os Estados Unidos vão se posicionar na arena internacional em relação a esse tema. Por outro lado, a COP 22 em Marrakesh, que começou essa semana em Marrocos, é um momento muito importante. Mais de 55% dos países que assinaram o Acordo, ratificaram o Acordo e a grande discussão é como implementá-lo, e como monitorar as ações que irão evitar que a Terra possa se aquecer mais de 2ºC até 2050."
A campanha de Donald Trump foi marcada por diversas polêmicas, entre elas a construção de um muro na fronteira com o México para impedir a entrada de imigrantes. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB -AM), que é procuradora da mulher no Senado, espera momentos difíceis em questões ligadas aos imigrantes e às mulheres, com Trump à frente da Casa Branca. "Quem ganha é alguém que utilizou esse discurso misógino, de discriminação contra a mulher. Quem ganhou as eleições é alguém que defende a expansão dos muros, dividindo os Estados Unidos dos outros países e falando contra a migração."
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), destacou que a vitória de Donald Trump é a 'vitória das forças anti-globalizantes de direita'. O senador ressalta que a imprevisibilidade do empresário é uma preocupação, mas acredita que Trump vai ter dificuldades para cumprir as promessas de campanha.
"Ele é imprevisível. De repente pode dar outra surpresa, mas não acredito, e mudar tudo que falou durante esse período (campanha). O mais provável entretanto, é que ele tente se comportar no governo como um empresário que ele é, achando que não tem que dar satisfações ao Congresso, achando que vai fazer tudo que prometeu e tentar fazer coisas que não vai conseguir."
Já o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) avalia que ainda é cedo para saber as consequências da vitória de Trump para o Brasil, como por exemplo, na questão da geração de empregos. "Há muitas formas de trazer os empregos para os Estados Unidos. Uma forma é o isolacionismo, que seria ruim para as relações econômicas com o Brasil, mas você pode criar empregos também estimulando o comércio internacional, o que pode ser bom para o Brasil. Nós temos que esperar um pouco, esperar a poeira assentar e ver quem é o verdadeiro Trump, presidente dos Estados Unidos."
O presidente Michel Temer comentou a vitória de Trump nas redes sociais e ainda enviou nesta quarta-feira (9) uma carta ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o parabenizando pela vitória, além de desejar 'pleno êxito' ao governo dos EUA.
Temer ressaltou ainda que os dois países são grandes democracias que possuem 'fortes relações nos mais diferentes domínios', e que está certo de que Brasil e EUA vão trabalhar para estreitar ainda mais os laços de amizade e cooperações entre os povos.
"Eu tenho dito que a relação do Brasil com os EUA e os demais países é institucional, ou seja, de Estado para Estado"
— Michel Temer (@MichelTemer) 9 de novembro de 2016
"É claro que o novo presidente que assume terá de levar em conta as aspirações de todo o povo americano."
— Michel Temer (@MichelTemer) 9 de novembro de 2016
"Tenho certeza que não muda nada na relação Brasil e EUA."
— Michel Temer (@MichelTemer) 9 de novembro de 2016