A eleição de Trump pode impactar diretamente nos acordos para a luta contra mudanças climáticas firmadas pelos Estados Unidos durante o governo Barack Obama. A afirmação é do vice-presidente do grupo de trabalho do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Carlo Carraro em entrevista à Agência Ansa.
Durante a campanha, o agora Presidente Eleito Donald Trump atribuiu às regulações ambientais a causa da queda da indústria no país. Trump, que já chegou a afirmar que o aquecimento global era "uma invenção chinesa com objetivo de enfraquecer a economia americana", prometeu romper o Acordo do Clima de Paris, firmado no final de 2015 entre 195 países.
Cúpula em Marrakech
O resultado nos Estados Unidos acontece durante a 22ª Conferência das Partes (COP 22) sobre mudança do clima, que começou na última segunda (7) em Marrakech, no Marrocos. Na abertura do evento, o ministro de Relações Exteriores do Marrocos e presidente da COP 22, Salaheddine Mezouar destacou a necessidade de ação imediata com foco nos habitantes de áreas sensíveis a mudanças climáticas.
Presente na Conferência, a ministra do Meio Ambiente da França, Ségolène Royal demonstrou confiança nos resultados alcançados pelo termo. "No momento em que vos falo, 103 países já ratificaram (o Acordo de Paris), representando 70% das emissões [de gases de efeito estufa]. Ele [Trump] não pode, ao contrário do que disse, renunciar ao acordo de Paris".
B.Obama has ratified & committed the US.No withdrawal from #ParisAgreement 103 countries & 70% emissions.Lets stay vigilant for climate @RTL
— Ségolène Royal (@RoyalSegolene) 9 de novembro de 2016
O texto, que foi assinado durante a COP-21, entrou em vigor na última sexta-feira e prevê que os países que o ratificaram não poderão voltar atrás com seus compromissos durante quatro anos. Não existe, porém, nenhuma forma de sanção a quem descumprir as metas de redução fixadas no acordo.