Esta usina deveria ser a primeira no país e dar início à realização de um programa muito ambicioso para produzir energia nuclear. Em 2030, Hanói pretendia construir, com a participação da Rússia, Japão, Coreia do Sul e outros países, 13 blocos geradores de energia nuclear com capacidade total de 15 GW.
O acordo para a construção da usina nuclear Nintjuan-1 foi assinado entre o Vietnã e a Rússia há seis anos. Para realizá-lo, ao Vietnã foi garantido um empréstimo estatal russo de oito bilhões dólares. A Rússia pretendia aproveitar o mais amplamente possível o trabalho de empresas vietnamitas: a localização poderia chegar a 40%.
Essa evolução da situação não causou muita surpresa aos especialistas russos. "Tudo indicava que isso iria ocorrer", disse a nossa fonte na corporação estatal russa Rosatom que quis manter o anonimato. "Pois nós esperávamos muitas coisas dos parceiros vietnamitas nos últimos seis anos. Mas, na prática, não houve do lado deles quaisquer medidas reais para realizar o projeto. Também foi feito praticamente nada para criar no Vietnã um Centro de Ciência e Tecnologia Nuclear, necessário para um país que dá seus primeiros passos na indústria nuclear. O único verdadeiro resultado em seis anos foi a abertura em Hanói, em 2012, do Centro de Informações de Energia Nuclear. Mas o investimento na sua criação totalizou apenas 250 mil dólares — uma gota no oceano em comparação com o empréstimo que a Rússia estava pronta para fornecer ao Vietnã para a construção de usinas nucleares.
O parlamento do Vietnã só vai votar sobre a construção de usinas nucleares no país. De acordo com o lado russo, não se está falando sobre a rejeição dos projetos, o que foi relatado pela embaixada russa em Hanói.
"Oficialmente, o Vietnã não enviou nenhum documento à embaixada. Segundo as previsões, a votação sobre esta questão será feita no Parlamento em 21 de novembro", disse à RIA Novosti o porta-voz da embaixada Yevgeny Belov.