Este fenômeno é chamado de 'experiência sensorial relacionada com a morte' (DRSE, na sigla em inglês) ou 'fenômeno do leito de morte'.
Kerry Egan, capelã de um asilo que trabalha com idosos, explicou em seu livro de memórias, chamado 'On Living' que sonhos costumam ter com mais frequência os doentes em estado terminal.
"Qualquer um que trabalhe em uma residência, qualquer que seja, pode dizer que é muito comum que as pessoas antes de morrer vejam suas mães. Não é obrigatório, nem todo mundo o experimenta, mas isso acontece muito frequentemente… Entram nos seus quartos, os saúdam, por vezes falam com elas, e é algo que realmente… realmente os conforta", comentou a capelã em uma entrevista ao portal NPR.
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica The Journal of Palliative Medicine, as experiências antes de morrer têm algumas características em comum. Os especialistas entrevistaram 59 pacientes do Hospício de Buffalo e chegaram à conclusão de que nos sonhos dos doentes costumam aparecer pessoas falecidas que foram bons pais, filhos ou amigos, imagens com a resolução de assuntos pendentes, bem como os preparativos próprios para uma viagem. No que diz respeito aos sentimentos, os moribundos experimentam, em muitos casos, o amor ou o perdão.
De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times, estes sonhos são apenas uma função de proteção do organismo humano em uma situação tão difícil como é o processo da morte. De acordo com o neurocientista Tore Nielsen, diretor da Universidade de Montreal dos Sonhos e Pesadelos, "os que sonham com isso estão se ajudando a si mesmos". No entanto, os especialistas não podem explicar por que esses sonhos são tão vívidos embora sejam vistos em um estado de delírio.
"Alguns encontram o significado na religião. Outros fazem-no com a família, amigos e suas relações, ou na arte, na literatura e na música", disse Kerry Egan.
As alucinações com ‘anjos da morte' são comuns a quase todos os moribundos. Não obstante, elas continuam sendo um mistério.