"Eram 21:40, quando eu ouvi algo parecido com estalos. Não entendi o que estava acontecendo. Eu abri a janela e vi pessoas caindo, caos, gritos, medo, pessoas mortas e feridas. Então eu entendi que aconteceu algo de terrível. Telefonei para a redação, tentando avisar. Eles me contaram sobre outros atentados terroristas em Paris. Então eu resolvi fotografar, para documentar tudo, sem saber o que estava acontecendo direito. Fotografei por uns 10 minutos e depois ficou tudo quieto. Segundo fiquei sabendo depois, os terroristas tomaram reféns e subiram para um andar mais alto. O silêncio durou por uns 10 minutos. Saí para a rua, onde havia muitos feridos, mortos, pessoas que não demonstravam sinal de vida. Ao lado do prédio eu vi uma pessoa. Me aproximei dela, para entender se estava viva. Estava viva. E eu, com ajuda de outra pessoa, levei ele para o hall do prédio. Esperei os salva-vidas, depois fui para a rua, tentando verificar o que ocorria. Alí fui atingido por uma bala de terrorista, que atirou de cima", relatou Psenny.
"Foi da janela. Ele estava com reféns. Ele me viu e atirou, como um sniper".
"Depois ficou difícil. Eu estava muito ferido. A pessoa que eu ajudei estava muito pior. Chamei o vizinho do terceiro andar. Ele acolheu nós dois e ficamos por três horas trancados no apartamento dele. Veio a polícia e as equipes de salvamento. Esperávamos eles tomando o prédio de assalto, para que pudéssemos sair do apartamento. Eram muitos feridos. O sangue jorrava. Depois nós falaram que, se eles não tivessem vindo, todos teriam morrido. Foi muito difícil", explicou o jornalista.
"Eu não tenho medo. Para muitos, entretanto, esse foi um golpe duro. E o cuidado é necessário, pois está claro que haverão outros atentados. Outros atentados mais pesados. O cuidado é necessário".
"Cuidado, mas não o medo. O medo significaria que os terroristas venceram. É preciso ficar atento. Mas não podemos ter medo. No domingo de manhã estarei aqui (no Bataclan)".
"Teremos associações, o presidente, alguns ministros. Ao mesmo tempo, será tudo muito calmo, sem discursos. Devemos honrar a memória de 90 pessoas mortas aqui há um ano. Pessoas que morreram só por terem vindo ouvir um som. Honraremos essas pessoas e os seus parentes".