O Ministério do Interior da Alemanha declarou que o grupo "glorifica o assassinato e o terrorismo" e serve de fachada para o recrutamento de jovens para o grupo extremista Daesh (Estado Islâmico – proibido na Rússia e em diversos países).
Para entender melhor a posição de Berlim diante da crescente ameaça do terror islâmico na Alemanha, a Sputnik conversou com o especialista em política interna e membro do Bundestag (parlamento alemão) pelo partido União Democrata-Cristã, Wolfgang Bosbach.
"De todo o espectro islâmico, as vertentes salafistas são as que defendem uma postura claramente contrária à estrutura social livre e democrática na Alemanha. Não são apenas as próprias convicções religiosas que são importantes para esses ativistas, o mais grave é que eles colocam a palavra, as revelações e os feitos do profeta acima da lei secular. É justamente com essa postura que um Estado de direito não pode concordar" – começou explicando Bosbach.
Para Bosbach, o argumento de que a perseguição ao grupo extremista "A Religião Verdadeira" poderá resultar somente na sua clandestinidade não é válido: "Nesse caso seria melhor simplesmente descartar a possibilidade da proibição desse grupo. (…) Se existem fundamentos legais para a sua proibição, por que não usar tal oportunidade para destruir a estrutura dessa organização, para confiscar seus bens? Se o Estado não fizer nada, o grupo poderá continuar expandindo suas atividades com todos os recursos legítimos e organizacionais".
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"Qualquer pessoa ligada ao movimento salafista é capaz de aderir ao uso de força, ou ao menos defende tal prática" – alerta o político alemão.
Respondendo à pergunta sobre se o perigo não residiria nos próprios salafistas, mas sim em certas vertentes no interior do salafismo, Bosbach concluiu: "Não afirmaria isso. A própria "herança ideológica" dos salafistas traz em si uma ameaça em potencial, já que representa uma afronta à democracia moderna".