As antigas acusações sem provas
No briefing se falou das declarações do Departamento de Estado, que acusou a Força Aeroespacial da Rússia de ataques contra cinco hospitais e uma clínica móvel na Síria. Washington chamou isso de "violação do direito internacional".
"Eu não tenho nenhuma informação concreta para vocês, nem os locais [dos bombardeios]. Eu não tenho isso. Como dissemos, nós vimos relatórios sobre este assunto", disse o representante do Departamento de Estado, acrescentando que se trata de ‘relatórios de confiança' de organizações humanitárias.
Kirby também admitiu não possuir informações sobre as operações militares russas na Síria.
"Eu diria que nós vimos ataques aéreos adicionais na Síria efetuados pela Rússia e pelo regime [do presidente sírio, Bashar Assad], que incluíam informações (e não temos nenhuma razão para duvidar desses relatórios) sobre cinco hospitais e, pelo menos, uma clínica móvel que foram atingidos", disse Kirby.
Uma reação nervosa
O ataque nervoso de Kirby aconteceu depois da tentativa de uma correspondente do canal de televisão RT para esclarecer exatamente de onde Washington obteve os dados sobre as ações da Força Aeroespacial.
"Você trabalha para RT? Por que não faz ao seu governo as mesmas perguntas? Pergunte-lhes sobre suas atividades militares. Peça-lhes uma lista de hospitais que vocês atacam", disse o representante do Departamento de Estado.
Depois do briefing, Elizabeth Trudeau, que também é porta-voz do Departamento de Estado, pediu desculpas à jornalista e prometeu "fornecer ao RT os endereços concretos de hospitais que, segundo considera Washington, sofreram ataques aéreos".
‘Mentira descarada'
O Ministério da Defesa russo, comentando as alegações de ataques contra hospitais, disse que a retórica de Washington sobre a Síria se baseia em "mentiras descaradas".
"Eles devem estar cansados de mentir, provavelmente. Nós pedimos muitas vezes, mas além de afirmações gratuitas, nenhum fato foi fornecido. O principal é culpar a Rússia hoje", disse o representante da estrutura militar Igor Konashenkov.
O vice-primeiro-ministro Dmitry Rogozin também chamou de mentira as acusações de Washington.
"Para que acreditem em uma mentira, ela tem de ser horrível. Querem que lembre quem disse isso?", escreveu o político no Facebook.
Na mesma linha se expressou em seu livro "Mein Kampf" o líder da Alemanha nazista Adolf Hitler, que seguidamente foi citado por várias vezes pelo ministro da propaganda Joseph Goebbels.