Revelada a fonte dos EUA que informou sobre 'ataques' russos na Síria

© AP Photo / Susan Walsh, FileJohn Kirby, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA
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A fonte que forneceu as informações sobre alegados ataques russos contra hospitais na Síria foi o departamento turco da Sociedade Médica Sírio-Americana com sede em Washington.

Os EUA acusaram várias vezes a Rússia de realizar ataques aéreos contra infraestruturas civis na Síria sem apresentar quaisquer provas. Mais uma vez este assunto foi abordado durante o briefing de Kirby, quando ele começou brigando com uma jornalista do RT. Kirby não quis responder aos pedidos da jornalista para fornecer os dados sobre os ataques, no final ele perdeu a paciência e aconselhou a jornalista que se dirigisse às autoridades russas com esse pedido.

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Elizabeth Trudeau teve que pedir desculpas pelo comportamento de Kirby, e depois as autoridades americanas finalmente enviaram as informações que pediu a jornalista do RT: os dados sobre "ataques" aos hospitais.

Um dos funcionários do departamento turco da Sociedade Médica Sírio-Americana, Mohamad Katoub, confirmou à Sputnik que o Departamento de Estado publicou dados deles.

Sem acusações

Os dados que o RT recebeu foram assinados por um alegado organismo de uma organização de saúde (Health Cluster Turkey Hub).

O porta-voz da Organização Mundial de Saúde Tarik Jasarevic explicou à RIA Novosti que esse organismo funciona sob patrocínio da OMS. Ele "coordena as operações na área da saúde, com a participação de cerca de 40 estruturas parceiras, inclusive internacionais, e organizações sírias não governamentais (ONG)".

"Dos nossos 170 funcionários no local nós sabemos que os hospitais foram destruídos por ataques aéreos", disse Katoub.

No entanto, ele ressaltou que a própria ONG não acusa a Rússia de nada: o suposto envolvimento da Força Aeroespacial russa é baseado apenas nas palavras das testemunhas, portanto é necessário abrir uma investigação.

A posição da OMS

A OMS confirmou a existência das instituições de saúde mencionadas na carta da ONG. Contudo, a OMS se recusou a revelar as coordenadas dos hospitais, dizendo que não pode divulgar essas informações sem a confirmação por parte das próprias instituições médicas e das ONG que as apoiam. A OMS também recusou conceder fotos ou vídeos dos ataques.

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O escritório regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Damasco confirmou a informação sobre a existência de dois dos hospitais mencionados na carta da ONG, dizendo que se trata dos hospitais Al-Ansar e Atareb, situados a oeste de Aleppo, que e eles foram atacados em 14 de novembro.

No entanto, a representante do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Damasco, Inji Sidki, não conseguiu dizer exatamente qual foi a causa da destruição destes hospitais.

"Nós não temos nenhuma informação sobre esses dois hospitais para além de que eles foram completamente destruídos… estes hospitais já não funcionam. Não podemos determinar se a destruição foi provocada por um ataque aéreo ou não. A nossa equipe não estava no local do incidente, por isso, é difícil de confirmar ou desmentir esses dados", disse Sidki.

No Crescente Vermelho Árabe Sírio disseram à Sputnik que não dispõem de qualquer informação.

A falha informativa

O Ministério da Defesa da Rússia chamou as declarações de Kirby de "falha informativa".

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O major-general Igor Konashenkov destacou que a Rússia não recebeu nenhuma resposta aos pedidos de fornecimento de informações sobre hospitais e escolas localizados nos territórios controlados por extremistas. A resposta foi sempre igual: não dispomos dessas informações.

"Tudo o que se sabe são relatos dos Capacetes Brancos ou de 'jornalistas' anônimos locais", sublinhou Konashenkov.

Ele adicionou que no relatório oficial do governo britânico sobre ajuda não humanitária à Síria em 2012-2015 foi mencionado que os Capacetes Brancos receberam 15 milhões de libras, outros 5,3 milhões foram recebidos por certas "mídias".

A quem pertence o território?

As localidades mencionadas na lista do Departamento de Estado estão agora sob controle de grupos terroristas como a Frente al-Nusra (proibida na Rússia).

Três dos cinco hospitais da lista estão localizados na província de Aleppo. Entretanto, o Ministério da Defesa lembrou que a Força Aeroespacial da Rússia não realiza ataques em Aleppo há 29 dias. Uma das questões-chave que cria obstáculos à regulação da crise síria é o problema da separação da oposição moderada dos terroristas. Washington ainda não cumpriu suas obrigações nesta área.

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