O líder do partido Liga Norte se encontrou com altos funcionários russos e realizou uma coletiva, onde Matteo Salvini compartilhou seus suas considerações sobre as sanções antirrussas, as relações entre a OTAN e a Rússia, a luta contra o terrorismo e outros assuntos.
"Quero que o primeiro encontro entre Trump e [presidente russo Vladimir] Putin se realize na Itália, para que assim seja aberta uma nova página nas relações entre a Rússia e os EUA, a Rússia e União Europeia (UE), a Rússia e Itália, levantadas as sanções e reconhecida a Crimeia como parte do território russo, para que a Rússia seja considerada de novo como um parceiro político e comercial. <…> Espero que esta seja a nossa última visita à Rússia sob sanções", disse afirmando que o partido era acusado de apoiar "uma ditadura".
Na opinião dele, as eleições norte-americanas ajudarão a suavizar as tensões entre a Rússia e outros atores internacionais. Entretanto, os cidadãos da Ucrânia e da Crimeia têm liberdade de escolha. "Se a UE e as organizações internacionais fossem independentes, a República de Crimeia já teria sido reconhecida há algum tempo", disse.
O político italiano sublinhou que as sanções antirrussas foram um passo errado. As sanções e contrassanções custaram à Itália pelo menos 6 bilhões de euros (cerca de 21,6 bilhões de reais) e levaram ao colapso de certas indústrias.
"É evidente que introduzir sanções contra a Rússia foi um suicídio para a Itália", disse Salvini à Sputnik Itália.
"Tinha sentido se a Aliança tratasse da proteção das fronteiras no Mediterrâneo e lutasse contra o Daesh em vez de instalar tropas, mísseis e aviões na fronteira com a Rússia", disse ele, acrescentando que quando o partido entrar para o governo reconsiderará as condições da participação da Aliança até a sua recusa total de participar.
Quanto à luta contra o terrorismo, Salvini deu uma avaliação positiva às ações russas na Síria.
"O terrorismo deve ser arrancado pela raiz, agindo da forma como antes dos outros começou agindo Putin. Partir para a Síria, enviar para lá soldados, assumindo todos os riscos e respondendo pelas suas ações e não se limitando a palavras, apelos e discussões… Com alguns o diálogo é inútil e impossível, é preciso usar a força."
Segundo Salvini, a resolução destes problemas também depende dos resultados do referendo constitucional que será realizado na Itália em 4 de dezembro.