'Se organizações internacionais fossem independentes, Crimeia já teria sido reconhecida'

© Sputnik / Aleksandr Polegenko / Acessar o banco de imagensVisita da delegação italiana à Crimeia, Simferopol, Rússia, outubro de 2016 (foto de arquivo)
Visita da delegação italiana à Crimeia, Simferopol, Rússia, outubro de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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No contexto das relações entre a Liga Norte (partido regionalista do Norte da Itália) e a Rússia, o líder do partido, Matteo Salvini, em conjunto com os deputados Claudio D’Amico e Gianluca Savoini, presidente da Associação Lombardia-Rússia, visitaram a Rússia.

O líder do partido Liga Norte se encontrou com altos funcionários russos e realizou uma coletiva, onde Matteo Salvini compartilhou seus suas considerações sobre as sanções antirrussas, as relações entre a OTAN e a Rússia, a luta contra o terrorismo e outros assuntos.

Primeira dama da Itália, Agnese Landini, primeira dama dos EUA, Michelle Obama, primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi e o presidente dos EUA, Barack Obama antes do almoço na Casa Branca, Washington, EUA, 18 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil
Por que Renzi se opôs a novas sanções contra Rússia depois de visitar Washington?
Salvini afirmou que esta é sua primeira visita à Rússia depois da eleição de Donald Trump como novo presidente norte-americano.

"Quero que o primeiro encontro entre Trump e [presidente russo Vladimir] Putin se realize na Itália, para que assim seja aberta uma nova página nas relações entre a Rússia e os EUA, a Rússia e União Europeia (UE), a Rússia e Itália, levantadas as sanções e reconhecida a Crimeia como parte do território russo, para que a Rússia seja considerada de novo como um parceiro político e comercial. <…> Espero que esta seja a nossa última visita à Rússia sob sanções", disse afirmando que o partido era acusado de apoiar "uma ditadura".

Na opinião dele, as eleições norte-americanas ajudarão a suavizar as tensões entre a Rússia e outros atores internacionais. Entretanto, os cidadãos da Ucrânia e da Crimeia têm liberdade de escolha. "Se a UE e as organizações internacionais fossem independentes, a República de Crimeia já teria sido reconhecida há algum tempo", disse.

O político italiano sublinhou que as sanções antirrussas foram um passo errado. As sanções e contrassanções custaram à Itália pelo menos 6 bilhões de euros (cerca de 21,6 bilhões de reais) e levaram ao colapso de certas indústrias.

"É evidente que introduzir sanções contra a Rússia foi um suicídio para a Itália", disse Salvini à Sputnik Itália.

Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Salvini afirmou que a OTAN não faz muito sentido.

"Tinha sentido se a Aliança tratasse da proteção das fronteiras no Mediterrâneo e lutasse contra o Daesh em vez de instalar tropas, mísseis e aviões na fronteira com a Rússia", disse ele, acrescentando que quando o partido entrar para o governo reconsiderará as condições da participação da Aliança até a sua recusa total de participar.

Quanto à luta contra o terrorismo, Salvini deu uma avaliação positiva às ações russas na Síria.

"O terrorismo deve ser arrancado pela raiz, agindo da forma como antes dos outros começou agindo Putin. Partir para a Síria, enviar para lá soldados, assumindo todos os riscos e respondendo pelas suas ações e não se limitando a palavras, apelos e discussões… Com alguns o diálogo é inútil e impossível, é preciso usar a força."

Segundo Salvini, a resolução destes problemas também depende dos resultados do referendo constitucional que será realizado na Itália em 4 de dezembro.

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