No segundo turno ele enfrentará o ex-chefe do governo Alain Juppé, enquanto o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy é derrotado e sai da corrida presidencial.
Tomando em conta a impopularidade crescente do Partido Socialista no poder e do atual presidente François Hollande, o candidato do centro-direita, a maior força política de oposição, é quem provavelmente irá ocupar o Palácio do Eliseu em 2017.
Fillon se comportou de modo muito convincente no primeiro debate, teve um ótimo desempenho no segundo ao formular suas ideias de modo concreto, calmo e competente, e cimentou seu sucesso no terceiro debate, ao ultrapassar ambos os rivais.
O comparecimento às urnas nestas primárias foi inesperadamente alto, tendo 4 milhões de pessoas dado seu voto, inclusive muitos simpatizantes da esquerda, da Frente Nacional e aqueles que nunca tiveram quaisquer preferências políticas.
Ao discursar perante os seus eleitores, Sarkozy reconheceu sua derrota e parabenizou Fillon e Juppé por terem passado ao segundo turno. Ex-chefe de Estado assinalou que os dois são pessoas decentes, bons candidatos e políticos nos quais a direita francesa deve ter orgulho.
"Admiro muito Alain Juppé. Mas a postura política de François Fillon é-me mais familiar. Os eleitores que me deram seus votos estão livres na sua escolha… Mais é o meu dever declarar de modo claro e honesto que, quaisquer que sejam as discordâncias entre nós, acredito que François Fillon entende melhor os desafios que a França está enfrentando. É por isso que, no segundo turno das primárias, eu votarei nele", disse o ex-presidente.
Sarkozy também "agradeceu" sarcasticamente aos jornalistas pela atenção que foi dispensada à sua campanha eleitoral e afirmou que decidiu deixar a carreira política.
Ao discursar em suas sedes eleitorais, ambos os finalistas agradeceram aos eleitores o envolvimento ativo na corrida e declararam em uníssono sua prontidão para continuar a batalha.
François Fillon ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2007 e 2012, no mandato de Nicolas Sarkozy, e tem apelado à modificação dos acordos com a UE para garantir mais integração econômica dos países-membros e reforçar a zona euro. Após deixar o cargo de premiê, ele se manifestou várias vezes a favor de cooperar com a Rússia. Na política interna, Fillon é considerado como conservador: por exemplo, ele se expressou repetidamente contra os casamentos gay.
O primeiro turno das presidenciais francesas está marcado para 23 de abril de 2017.