Zvyagintsev, que neste momento ocupa o cargo de vice-presidente da Associação Internacional de Procuradores (IAP, na sigla em inglês), comparou este número com a população conjunta de vários países "da Escandinávia ao Báltico".
"Este foi o preço pago pelo nosso povo pela vitória sobre o nazismo", indicou. Entretanto, é "indispensável sempre recordarmos as lições de Nurenberg, porque ao esquecê-las nós enfrentamos o roubo da vitória", apontou o alto funcionário, fazendo a referência às recentes enquetes da União Europeia sobre o país que contribuiu mais para a derrota dos nazistas.
Segundo diz a pesquisa, 14% dos entrevistados reconhecem o papel decisivo da URSS na vitória sobre a Alemanha nazista, enquanto 50% atribuem este mérito aos EUA, que perdeu 420 mil pessoas, os restantes 22% – ao Reino Unido, cujas perdas humanas foram de 450 pessoas.
As estimativas oficiais das perdas diretas da URSS, que são de 26,6 milhões de pessoas (entre eles 8,6 milhões de militares), equivalem a 13,7% da população do país antes da Segunda Guerra Mundial.
As vítimas indiretas não costumam figurar nas estatísticas oficiais, porém, se as incluirmos, resultará em mais de 25% da população da União Soviética da época (referente a 1 de setembro de 1939), ou seja, mais que a população inteira dessa altura de países como o Reino Unido, a França, a Itália, o Brasil, duas Espanhas ou três Turquias.
"Essa é uma vitória roubada", assegurou o jurista russo, que é autor de vários livros sobre o Processo de Nurenberg.