Para o presidente da Câmara Rodrigo Maia, a votação das medidas anticorrupção vai depender da dinâmica da Comissão Especial. Rodrigo Maia acredita, que a possibilidade de votação simbólica em Plenário, ou seja por acordo, mostra um consenso entre os parlamentares em torno da maioria das medidas, o que deve ser suficiente para garantir a votação.
"Para mim, tanto faz, eu sou o presidente da Casa. Eu coordeno os trabalhos, eu não decido o que cada partido vai fazer, porque isso é uma atribuição de cada partido. O importante é votar. Independentemente de ser nominal ou simbólico, um texto será aprovado e a sociedade vai discutir esse texto. E cada um vai responder aos seus eleitores com o texto que vai ser aprovado com a responsabilidade que cada deputado tem, eu e os outros 512 deputados."
Sobre a polêmica criminalização do caixa dois, Rodrigo Maia disse que todas as mudanças precisam ser discutidas, mas o Poder Legislativo tem a liberdade para alterar a proposta da maneira como quiser. "A responsabilidade de votar é da Câmara. A proposta da criminalização do “caixa dois” vem nas propostas e aí vem o debate. Isso significa que tipificando para frente está anistiado para trás? Ou não? Muitos advogados dizem que sim, outros dizem que não. Esse é o texto que a Câmara quer votar ou vai propor outro? E a sua maioria absoluta, porque é um projeto de lei, vai ratificar esse texto ou vai modificar esse texto? Esse é um direito que os parlamentares e os partidos, e o Plenário tem para decidir."
O procurador Geral da República, Rodrigo Janot disse durante uma palestra em Brasília que a "vontade do povo brasileiro é ver corruptos e criminosos punidos, sejam eles ricos ou poderosos". Se mostrando confiante, Janot disse que espera que o Congresso mantenha a vontade da população, que participou da campanha lançada pelo Ministério Público Federal e culminou com 2,5 milhões assinaturas de apoiadores ao projeto.
"Certamente nem a anistia a crimes, nem a criação de instrumentos que poderão servir para perseguição de membros do Ministério Público ou do Poder Judiciário serão vistos pela sociedade como resposta adequada para o drama que vive atualmente o país. Apesar dos boatos continuo seguro de que o Congresso em um processo legislativo legítimo pode aperfeiçoar as propostas, mas atentará para a vontade dos cidadãos, que subscreveram o projeto e também daqueles que embora não o tenham subscrito apoiam e desejam a aprovação das ditas 10 Medidas, para que se confronte a corrupção endêmica e se acabe de uma vez por todas com a impunidade crônica."
Depois de passar pela Comissão Especial da Câmara o projeto vai para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só depois segue para a votação em Plenário.