A solução deste problema poderá ser a aproximação entre Europa e a Rússia.
É possível que, em breve, as partes possam anunciar projetos conjuntos. Entre eles poderá estar o fornecimento para a China de gás natural liquefeito, extraído pela petrolífera italiana ENI em jazidas de diferentes partes do mundo, e também de outras formas de colaboração entre os dois países.
A agência Sputnik Itália falou com Alberto Forchielli — economista, empreendedor e um dos fundadores da companha de investimento Mandarin Capital Partners.
Sputnik: Muitas marcas, desde a ENI até equipas de futebol, pertencem parcialmente à China. Será que é possível dizer que a China irá em breve comprar toda a Itália?
Alberto Forchielli: Tudo que era possível comprar na Itália já foi comprado. Primeiramente, a China busca tecnologias nos países ocidentais. E busca em tais países onde elas existem, nomeadamente na Alemanha e nos EUA. Em ambos os países a questão da limitação dos investimentos chineses está sendo discutida. Existem mesmo projetos de lei nesse sentido.
Talvez na Itália, a China possa comprar a Comau, que produz robôs. Eu não sei se eles poderão estar interessados na STM, que fabrica semicondutores e é parcialmente controlada por italianos. E não há mais nada valioso. Na Itália há ainda a produção de equipamentos automáticos, mas eu não vejo interesse por parte dos chineses. Talvez porque nesta área eles também alcançaram um nível suficientemente elevado. Não é tão alto como na Itália, mas é aceitável para eles.
S: O senhor aconselharia os jovens italianos mudar para outros países? Para quais?
AF: Sim. Claro. Itália é um país para idosos. É necessário mudar para a UE, enquanto ela ainda existe. Especialmente para tais países da Europa onde as coisas estão melhores do que em Itália. Para os países anglo-saxónicos, onde o visto permite viver. Para a Rússia onde, na minha opinião, a atitude para com os italianos é bastante favorável. Gostaria que houvesse uma maior integração entre a Rússia e a Europa. Gostaria que a UE fosse maior e incluísse a Rússia.
Esta é a única forma de salvar algo. Se a Rússia ficar muito próxima da China, será um grande erro, um erro que nós cometemos empurrando a Rússia para as mãos da China. Por isso, para mim é lamentável, porque eu sei que na Rússia há muitas novas tecnologias e que este país tem uma simpatia histórica para com a Itália.