Em meio à onda de violência que viveu o país, milhares de tutsis correram para refugiar-se em escolas, hospitais e igrejas, que em muitos casos acabaram se tornando armadilhas. De acordo com testemunhos e relatórios após o genocídio, alguns padres, clérigos e freiras chegaram a matar pessoas que tinham procurado refúgio. Como instituição, a Igreja Católica de Ruanda teria dado um suporte indispensável para o regime hutu.
"Pedimos perdão por todos os males cometidos pela Igreja. Pedimos desculpas em nome de todos os cristãos por todos os erros que cometemos. Lamentamos que tenha havido membros da Igreja que violaram seu juramento de fidelidade aos mandamentos de Deus", diz um trecho do texto que foi lido em todas as paróquias do país no último dia 20 novembro.
"Perdoa-nos pelos crimes de ódio no país na medida em que nós odiávamos nossos companheiros por suas origens étnicas. Não mostramos que somos uma família, mas sim que nos matamos entre nós", segue o documento.
No total, mais de 800.000 pessoas foram mortas pela violência étnica que Ruanda viveu durante os anos 1990. A maioria das vítimas eram membros da minoria tutsi e hutus moderados que se opunham ao massacre.