No seu texto à Sputnik Itália ele comunicou o seguinte.
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No entanto, o resultado da votação foi um sinal indicador da mudança de rumo entre os políticos antirrussos no Parlamento Europeu. Apesar da influência do lobby antirrusso com centenas de deputados (estes "legisladores sentem nostalgia da Guerra Fria e gastam a maior parte de seu tempo inflamando a hostilidade contra o grande vizinho da Europa), desta vez – ao contrário da votação anterior sobre um tema semelhante – 304 deputados votaram a favor da resolução, 179 estiveram contra e 208 não votaram. Ou seja, o número de adversários e dos que não votaram supera aqueles que estiveram "a favor".
É evidente que uma grande incerteza se revela na UE: é melhor continuar a política de ataques a Moscou ou pará-la? É claro que muitos deputados estão esperando e não entendem para onde agora "sopra o vento", nomeadamente, o vento de Washington, onde Donald Trump, inesperadamente, foi eleito presidente.
Ou seja, a Europa estará observando o que vai fazer o "Grande Irmão" sob o governo de um presidente invulgar de muitas formas.
Claro que a maioria do Parlamento Europeu continua considerando a Rússia um "inimigo certo e implacável”, como sempre pensou e continua pensando a senhora Hillary Clinton.
Para simplificar: o objetivo da resolução, segundo os argumentos usados nela, é o estabelecimento de uma forma de censura na mídia – todas as mídias, russas e não russas — que expressam pontos de vista divergentes ou opostos àqueles que expressam os grupos dominantes do Ocidente.
Segundo os critérios indicados na resolução, na prática qualquer cidadão da UE que apoia, distribui, promove a crítica em relação ao Ocidente, estimativas e opiniões (por exemplo, escreve este artigo), poderá ser considerado "uma pessoa que apoia a propaganda do Kremlin e também poderá ameaçar a soberania de um ou outro país europeu ou da UE no seu todo.
Há um caminho curto para se passar desta situação ao silenciamento de qualquer pessoa, cujas opiniões não coincidem com o mainstream do Ocidente, chamando-o de "traidor da pátria" e acusando-o de colaboração com o inimigo. Portanto, não é apenas uma questão do direito de divulgar no Ocidente os pontos de vista expressados pelos meios de comunicação russos, mas também da livre expressão de ideias dos jornalistas, blogueiros, ativistas que vivem e trabalham no Ocidente.
A propósito, a autora da resolução, a já mencionada Fotyga, comentando sobre a votação, já está efetuando "propaganda hostil" e está falsificando os fatos quando acusa a Rússia de "anexação da Crimeia" e "agressão no leste da Ucrânia". Ambas as declarações são tendenciosas e falsas. Assim, é necessário chegar à conclusão que aqueles que não as partilham e não as criticam estão espalhando propaganda russa?