Gröning, que tem 95 anos tinha apresentado recurso contra a condenação inicial, proclamada em julho do ano passado no Tribunal de Luneburgo, mas a corte Corte Federal de Karlsruhe negou o pedido de reconsideração. A Corte também recusou os recursos apresentados por vários demandantes que não concordavam com a primeira sentença.
"Essa decisão afirma, finalmente, de forma clara que todos aqueles que participaram no processo de extermínio compartilham a responsabilidade e a culpabilidade", afirmou em um comunicado Christoph Heubner, do Comitê Internacional de Auschwitz.
O Ministério Público da Alemanha deve agora checar se o estado de saúde de Gröning é compatível com a detenção. Pela idade avançada, porém, é pouco provável que ele cumpra a pena em regime fechado.
Arrependimento
Em abril do ano passado, durante uma audiência sobre seu caso, Gröning pediu perdão às vítimas, apesar de se mostrar impassível durante todo julgamento.
"Para mim, não há dúvida alguma de que compartilho uma culpa moral. Peço perdão. Quanto à questão da responsabilidade penal, corresponde aos senhores decidir", afirmou, dirigindo-se aos juízes.
Em sua defesa, o ex-oficial alegava que pediu a transferência de Auschwitz em três ocasiões diferentes, mas teve os pedidos negados. Ele, porém, não apresentou nenhuma evidência das solicitações. Durante o julgamento, um historiador chamado para esclarecer a versão de acusado alegou que solicitações de transferência para o fronte costumavam ser sempre concedidas para oficiais fisicamente aptos como ele.
Histórico
Enquanto serviu ao regime de Hitler, Gröning contava e classificava o dinheiro tomado dos prisioneiros. Em algumas ocasiões, ele testemunhou os procedimentos de massacre no campo. Depois de ser transferido de Auschwitz para uma unidade de combate em outubro de 1944, Gröning foi capturado pelos britânicos em 10 de junho de 1945, quando sua unidade se rendeu.
Ele foi transferido para a Grã-Bretanha como prisioneiro de guerra e trabalhou forçosamente até voltar para a Alemanha e tentar levar uma vida simples. Em 1985, porém, ele tornou sua atividade para o regime nazista pública para criticar os que negavam a existência do holocausto.