De acordo com várias fontes, agora nas fileiras do Daesh combatem, pelo menos, 500 veteranos do Exército de Libertação do Kosovo.
Se compararmos este valor com o número total de habitantes da região, torna-se claro que o Kosovo está em quinto lugar na Europa quanto ao número de pessoas que partem para lutar pelos "ideais" da organização islamista. Em sua maior parte, são esses mesmos veteranos do Exército de Libertação do Kosovo que recebem subsídios do governo do Kosovo, regularmente financiado pelos EUA, a UE e o FMI.
No ano passado, as autoridades da república autoproclamada começaram os primeiros pagamentos: 12.000 ex-membros do Exército de Libertação do Kosovo, que na década de 90 lutaram contra as autoridades jugoslavas legítimas, receberam 170 euros mensais, o que, de acordo com estatísticas oficiais, é um pouco mais de metade do salário médio no setor público. Mas como durante o ano o número de veteranos registrados aumentou 4 vezes (300%), Pristina foi forçada a pedir mais fundos ao FMI.
A propósito, o orçamento da "República de Kosovo" para 2017 é de dois bilhões de euros, incluindo os fundos reservados para a transformação da Força de Segurança do Kosovo em Forças Armadas do Kosovo. Contra isso o FMI não tem nenhuma objeção, mas para as pensões de 46.000 veteranos o Fundo já não quer desembolsar dinheiro, pedindo a Pristina para verificar se estas listas foram elaboradas de forma rigorosa.
Os veteranos, por sua vez, ameaçam que, se o seu serviço não for reconhecido, eles vão arranjar "algo mais sério do que protestos diários".
Imediatamente após a guerra de 1999, Kosovo recebeu assistência internacional "rápida" e a fundo perdido, no valor de 3,8 bilhões de dólares (cerca de 130 bilhões de reais brasileiros). De acordo com várias fontes, entre 2000 e 2010 na região foram "despejados" cerca de 40 bilhões de dólares (137 bilhões de reais brasileiros). Parte deste dinheiro, como se vê, passou a manter aqueles que estão agora dispostos a lutar sob a bandeira do Daesh.
Brankica Ristic para a Sputnik Sérvia