A análise da história da Associação Chapecoense de Futebol é do jornalista esportivo Marcos Penido, presidente da ACERJ (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro). Penido disse à Sputnik que o clube de Chapecó, Santa Catarina, sempre soube se diferenciar no atual panorama do futebol brasileiro, e daí o seu sucesso:
"Desde que a Chapecoense subiu para a Série A do futebol brasileiro, em 2014, o clube de Santa Catarina não foi rebaixado para a Série B. Enquanto muitos pensavam que ela não iria longe, a equipe deu uma grande demonstração de força este ano, chegando à decisão da Copa Sul-Americana, que, infelizmente, não pôde disputar devido à tragédia de 29 de novembro."
Na madrugada de terça-feira, 29, caiu o avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, onde o time disputaria nesta quarta-feira, 30, a primeira partida decisiva da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia. Dos 19 jogadores que estavam a bordo, apenas 3 sobreviveram: o goleiro Jackson Follmann, que teve a perna direita amputada, e os zagueiros Neto e Alan Ruschel. As condições clínicas dos três jogadores continuam inspirando cuidados intensivos por parte de médicos e enfermeiros dos hospitais da Colômbia em que estão internados.
Para Marcos Penido, "a diretoria da Chapecoense sempre trabalhou com os pés no chão, dentro da sua realidade financeira, e em função desta filosofia o clube chegou aonde chegou, na chamada parte de cima da tabela da Série A, e tendo a oportunidade de decidir o título de uma competição continental como a Copa Sul-Americana."
Neste momento, a Chapecoense ocupa a nona posição no Campeonato Brasileiro, com 52 pontos ganhos. Seu último compromisso nesta competição será no domingo, 11 de dezembro, contra o Atlético Mineiro.
Outra virtude da Chapecoense, apontada por Marcos Penido, é a extrema solidariedade demonstrada pela sua equipe:
"A Chapecoense é um clube de resultados, de futebol de equipe e solidário. Enquanto outras equipes procuram ter virtudes, a Chapecoense sempre buscou atuar de forma séria, solidária, sempre com um jogador ajudando o outro, e sem qualquer rivalidade, dentro e fora de campo. Os resultados desta filosofia estão aí."
Marcos Penido também reservou elogios para o técnico Caio Jr., outra vítima fatal do trágico acidente na Colômbia:
"O Caio sempre foi grande dentro do futebol brasileiro. Foi um grande jogador, e como técnico vinha se saindo muito bem, no Brasil e nos clubes do exterior que comandou. Era um técnico da nova geração, estudioso do futebol e muito aplicado em seu trabalho. Recebia críticas, mas sempre soube superá-las e demonstrar o seu valor. Caio Jr. nunca teve medo de ousar, e sempre que ousou conseguiu muito bons resultados."