"A decisão dos países do Mercosul é plenamente justificada. Com efeito, a Venezuela até agora não ratificou centenas de resoluções do Mercosul. O país não corresponde às condições de permanência no bloco em mais de 300 aspetos", disse Jeifets, acrescentando que o país ainda não ratificou o acordo sobre o livre trânsito de pessoas e mercadorias, o que impede o livre comércio no território da Venezuela e de todo o bloco.
O especialista recordou que em diversos países os regimes políticos mudaram – no poder estão agora governos de direita ou centro-direita, inclusive no Brasil e Argentina, que não pretendem fazer cedências à Venezuela.
"Esta decisão [de expulsar a Venezuela do Mercosul] não é definitiva ou absoluta, hipoteticamente podem dar a ela uma chance de voltar depois de cumprir o acordo, mas não penso que a Venezuela faça agora alterações na sua legislação…", disse.
"Assim, houve integração política, mas não houve uma plena integração econômica", afirmou o professor.
O Brasil e a Argentina exercem muita pressão sobre a Venezuela, e esta frequentemente responde de forma pouco diplomática. Assim, Caracas conseguiu perder os amigos que tinha na região.
A exclusão da Venezuela do Mercosul piorará ainda mais a situação econômica de Caracas, concluiu Jeifets.