Referendo na Itália gera incerteza sobre futuro da União Europeia

© AP Photo / Geert Vanden WijngaertMatteo Renzi
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A taxa de participação no referendo sobre a reforma constitucional realizado na Itália neste domingo (4) foi de aproximadamente 56,4%. A informação é do Ministério do Interior italiano.

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Segundo estimativas anteriores, um pouco mais de 20% dos italianos participariam da votação, que começou na manhã deste domingo e se encerra às 20h (horário de Brasília). A consulta popular não exige um número mínimo de votos para que o resultado seja aprovado.

O referendo sobre a reforma constitucional, redigida pela ministra para Relações com o Parlamento, Maria Elena Boschi, e apoiada pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, está fortemente dividida, num contexto de estancamento da economia e com o sistema bancário quase entrando em colapso.

Os italianos que comparecerem às urnas neste domingo devem responder "sim" ou "não" para a seguinte pergunta: 

"Aprova o texto da lei constitucional concernente a 'disposições para a superação do bicameralismo paritário, a redução do número de parlamentares, a contenção dos custos de funcionamento das instituições, a supressão do Cnel e a revisão do Título V da Constituição' aprovado pelo Parlamento e publicado no diário oficial número 88 do dia 15 de abril de 2016?".

Um dos pontos principais da proposta consiste na redução de atribuições do Senado, que passaria a ser mais um órgão consultivo do que legislativo. E, nesse sentido, não seria mais eleito diretamente pelo povo. 

O resultado pode alterar diretamente o cenário político italiano, visto que o primeiro-ministro Matteo Renzi inicialmente chegou a vincular a sua permanência no cargo à vitória do "sim" no referendo, podendo renunciar se a reforma constitucional não for aprovada. O receio do setor financeiro é que a renúncia de Renzi pode provocar uma grande instabilidade nos mercados e contagiar a crise para a Zona do Euro. 

Críticos da reforma argumentam que a proposta pode colocar muito poder nas mãos do chefe de governo, considerando a reforma um retrocesso democrático. 

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