O jornalista propõe analisar a Guerra Fria através do prisma das perspectivas estratégicas tanto dos EUA como da URSS, tomando em consideração as diferenças entre a construção arquitetônica de ambos os "sistemas".
"Até aos anos oitenta havia muitas pessoas no Ocidente que acreditavam na inevitabilidade da vitória dos Sovietes [ou seja, da União Soviética]", afirma Farley, adiantando que há explicação para este fenômeno.
Segundo diz o analista, a economia de mercado e a concorrência não teriam funcionado em situação de mobilização militar, e a prova disso é o legado da Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, o sistema econômico de economia planejada "funcionou bastante bem durante a época militar", diz Farley na The National Interest.
Farley considera que o Ocidente venceu devido às falhas estratégicas da chefia soviética.
"Se a URSS tivesse se comportado de modo mais agressivo na primeira década após a OTAN ter sido criada, ela bem poderia ter derrotado a Aliança", opina o autor. Com isso, ele acredita que "a ofensiva das tropas soviéticas na Europa Ocidental nos anos 50 poderia com grande probabilidade ter sido bem-sucedida".
Além disso, o observador chama a atenção dos leitores às medidas atrasadas de liberalização econômica. A União Soviética deveria ter seguido o caminho da China comunista ainda antes da "própria China", afirma o autor.
O final da Guerra Fria não estava predefinido, mas a falta da "intuição" estratégica da elite política da URSS pregaram uma partida à superpotência, concluiu Robert Farley.