O ministro das Relações Exteriores russo frisou: Moscou tem certeza de que o ataque foi nada mais que uma 'ação planejada'.
"Temos certeza de que se tratou de uma ação planejada, preparada por aqueles que estão tentando manter suas posições em Aleppo sob cobertura dos patronos ocidentais", explicou Lavrov durante uma coletiva de imprensa em Moscou.
Sergei Lavrov também afirmou que a Rússia está preocupada com o fato dos países do Ocidente incitarem a oposição síria a empreender medidas radicais.
"Primeiramente, o fato dos militantes terem rejeitado [um acordo] ainda não significa nada, já que não há nada para rejeitar. Ainda não foi formulado um acordo russo-americano com aplicação direta", precisou.
Segundo disse o ministro, os EUA avisaram ontem à noite a parte russa de que não poderiam iniciar as negociações sobre Aleppo nesta quarta-feira (7), como foi planejado, e retiraram suas propostas quanto à normalização da situação na região.
Mais cedo, foi comunicado que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, tinha entregado a Lavrov uma lista de propostas em relação a Aleppo que coincidiam com a abordagem russa da crise.
"Ontem à noite recebemos uma mensagem deles, dizendo que, infelizmente, amanhã eles não poderão se encontrar conosco, que eles mudaram de decisão, que retiram seu documento e já têm outro — que volta tudo ao ponto de partida, a julgar por nossas primeiras impressões após a sua leitura", partilhou.
Lavrov chamou esta história de "roteiro de filme policial" e disse que as novas propostas norte-americanas parecem "uma tentativa de ganhar tempo para que os militantes recuperem fôlego e abasteçam suas reservas".
"Vamos investigar o que é que deu errado", concluiu.
No decorrer do briefing o chefe da diplomacia russa também sublinhou que os militares russos ajudarão Damasco a tomar medidas adicionais de segurança nos hospitais após o bombardeio de um hospital de campanha em Aleppo.
"Claro que após o crime cometido ontem [por militantes sírios], nossos militares vão ajudar o Exército Sírio a empreender novas medidas de segurança, para que os hospitais não sejam vulneráveis aos bandidos, mas reitero — aqueles que querem ajudar têm que fazê-lo na prática, e não em discursos", destacou.
Na segunda-feira (5), o representante oficial do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, comunicou que os militantes da chamada oposição síria tinham atacado um hospital de campanha instalado em Aleppo por militares russos, deixando duas médicas mortas e um ferido.