O general servo-bósnio Rakto Mladic, acusado de comandar o genocídio de 1995 de milhares de muçulmanos na cidade de Srebrenica, pode ter prisão perpétua decretada.
Mladic, de 74 anos, é alvo de duas acusações de genocídio com o objetivo de criar um Estado sérvio "etnicamente puro" na Bósnia, ao lado do líder político sérvio-bósnio Radovan Karadzic, sentenciado em março a 40 anos de prisão.
"Seria um insulto às vítimas vivas e mortas e uma afronta à Justiça impor qualquer sentença menor que a mais severa disponível sob a lei: uma sentença de prisão perpétua", disse o procurador do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, Alan Tieger.
Os massacres
Cerca de 8300 bósnios muçulmanos foram brutalmente assassinados entre 11 e 25 de julho em Srebrenica pelo Exército Bósnio da Sérvia e pelos "Escorpiões", uma organização paramilitar. Este foi o primeiro caso de genocídio internacionalmente reconhecido desde a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.
Já o Cerco de Sarajevo aconteceu durante a Guerra da Bósnia pela autoproclamada República Srpska e pelo Exército Popular Iugoslavo. Na ocasião, os militares invadiram a cidade com morteiros, tanques, canhões antiaéreos e rifles sniper.
Cálculos oficiais mostram que 12.000 pessoas foram mortas e 50.000 feridas durante o cerco, sendo 85% das vítimas civis. A população em Sarajevo caiu em 36% por conta do ataque, considerado o maior cerco da história moderna.