Segundo relata o site Evropeiskaya Pravda, os trabalhadores pararam a transmissão durante algumas horas, em sinal de protesto contra os planos de reorganização previstos. A partir do próximo ano, a redação ucraniana da Euronews deixará de existir, já a inglesa, a francesa e a russa serão ampliadas.
Criado há 20 anos, o canal de TV contou com os esforços de várias cadeias televisivas europeias (incluindo a russa VGTRK com 7%). O Euronews transmite notícias sobre acontecimentos mundiais do ponto de vista europeu. O canal tem edições em vários idiomas, sendo elas financiadas pelo respectivo país de origem.
Depois do golpe, ocorrido na Ucrânia em fevereiro de 2014, as novas autoridades deixaram de pagar a sua quota, mas a redação ucraniana continuou funcionando graças ao dinheiro recebido de outros países. Vale ressaltar que ele tampouco deixou de funcionar quando, em março de 2015, o Conselho Nacional de Televisão e Radiodifusão da Ucrânia retirou o canal do ar da televisão ucraniana.
"Até 2014, não existia nenhum tipo de confronto entre a redação russa e ucraniana. Trabalhávamos e criávamos materiais similares. No entanto, em 2014, a redação ucraniana tomou uma posição muito politizada e até mesmo nacionalista. Por exemplo, usavam a palavra 'história' para se referir aos acontecimentos na Crimeia, enquanto que a redação russa tentava evitar esse tipo de qualificativos", contou à Sputnik França uma funcionária da Euronews, que preferiu não ser identificada.
Em 2017 expira o prazo do contrato original, que prevê o encerramento definitivo da redação ucraniana, por não pagamento da quantia acordada, como também a não devolução dos direitos de transmissão no país. A notícia provocou a greve dos editores ucranianos, que se uniram com funcionários das emissoras das línguas persa e árabe, que também correm o risco de serem demitidos.
Para não perder o trabalho, vários empregados da redação ucraniana expressaram o desejo de passar à redação russa, uma vez que sabem bem o idioma. E eles receberam resposta negativa.