Segundo o presidente da Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT), Paulo Ferrão, também chefe da delegação portuguesa na ESA (agência espacial europeia), o AIR Center "é muito relevante na estratégia espacial portuguesa".
"O Air Center pretende ser uma iniciativa internacional focada no Atlântico com uma importante componente de espaço, considerando as suas aplicações na observação do oceano e das alterações climáticas, mas também com ênfase no desenvolvimento de um porto espacial nos Açores, o qual poderá vir a viabilizar o lançamento de satélites de pequenas dimensões", explicou Ferrão à Sputnik.
Segundo detalhou à imprensa local o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, após uma reunião que discutiu a viabilidade do Air Center, existe a possibilidade de que os Açores promovam o estabelecimento de um "cluster" espacial. Ele completou alegando que ainda "há questões que têm de ser bem aferidas" já que este "é um projeto complexo e tecnicamente muito exigente".
Além do AIR Center, se discute também o lançamento de uma agência espacial portuguesa. A intenção foi confirmada recentemente pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Manuel Heitor ao jornal Expresso. A participação portuguesa em projetos desse tipo deve ainda ser complementada com grupos de investigação nas universidades públicas, incentivos a empresas do setor e um incremento na contribuição para a Agência Espacial Europeia (ESA).
"Somos parceiros empenhados da ESA e no futuro, como atualmente, a participação portuguesa no espaço far-se-á primariamente através da ESA", diz Paulo Ferrão. A ideia da agência espacial portuguesa é maximizar a participação do país na ESA, da qual Portugal é membro desde 2000. Atualmente a atividade espacial do país é gerida pelo Gabinete do Espaço, da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Está nos planos de Portugal um reforço na participação na missão AIM, que estuda asteroides, e também na próxima fase da missão ExoMars, que explora Marte. No entanto, segundo Ferrão, "ter um astronauta Português será sempre muito relevante pela motivação que representa para a cidadania de ciência e tecnologia, mas não se constitui como um objetivo imediato do programa".