"Preciso fazer uma escolha responsável entre minha família e a sociedade", disse em entrevista coletiva. "Se eu concorrer, minha família sofrerá estresse intolerável devido à minha campanha eleitoral… Eu devo protegê-los".
Leung disse que se concentrará em seu trabalho como o chefe do Executivo nos próximos seis meses, incluindo a apresentação de seu último discurso político. Ele enfatizou ainda que vai apoiar quem quer que o Partido Comunista Chinês indique para governar a ilha. "Eu devo apoiar qualquer pessoa que ganhar a eleição e qualquer pessoa que for capaz de ser indicada pelo governo popular central", acrescentou.
Crise popular
Durante o mandato de Leung, Hong Kong representou um dos casos de maior insubordinação à autoridade chinesa na história do país. Em 2014, jovens ocuparam estradas e ruas por quase três meses, protestando por eleições diretas ao executivo-chefe da província semi-autônoma. Como chovia muito no período e os manifestantes precisavam se cobrir, o movimento pró-democracia ficou conhecido como "Revolução das Sombrinhas".
O fracasso dos protestos levou à divisão da cidade em acampamentos pró e contra o establishment e inspirou um movimento independentista em relação à China continental.
Por meio de comunicado, um porta-voz do governo expressou respeito à decisão de Leung.
"Expressamos a nosso profundo lamento pela decisão de Leung de não buscar outro mandato devido a razões de família e respeitamos sua decisão", disse o porta-voz do Departamento dos Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado.
O porta-voz elogiou os seus "êxitos na promoção do desenvolvimento econômico, melhora da vida da população e aumento da comunicação e cooperação entre a parte continental e Hong Kong".