Uma semana depois de aceitar o resultado das eleições do país, vencidas pelo candidato opositor Adama Barrow, um ex-segurança de uma loja de departamentos em Londres, por 45%, Jammeh anunciou em um comunicado televisionado que estava cancelando as eleições por acreditar que os resultados sofreram "influência estrangeira".
"Anuncio a vocês, gambianos, a minha rejeição total aos resultados eleitorais e, portanto, anulando as eleições na sua totalidade. Vamos voltar às urnas porque eu quero ter certeza de que cada gambiano votou sob uma comissão eleitoral independente, independente, neutra e livre de influência estrangeira", declarou Jammeh.
Repercussão
A decisão foi imediatamente criticada pela comunidade internacional. A ONG Human Rights Watch declarou estar "profundamente preocupada" com os rumos do país.
"A comunidade internacional, especialmente a Comunidade Econômica de Estados do Oeste da África (CEDEAO, composta por 15 países) e a União Africana, deve protestar firmemente contra qualquer tentativa ilegal de subverter a vontade do povo gambiano", disse o diretor e porta-voz da instituição, Babatunde Olugboji.
O Departamento de Estado Norte-Americano falou em "inaceitável violação da fé do povo de Gâmbia.
"Convocamos o presidente Jammeh, que aceitou os resultados das eleições em 2 de dezembro, para realizar uma transição ordenada de poder para o presidente eleito Barrow de acordo com a Constituição gambiana".
Jammeh chegou ao poder através de um golpe de estado em 1994. Ele foi eleito quatro vezes para continuar no poder do país, embora os resultados sempre tenham sido contestados.
Nas últimas eleições vencidas pelo presidente em 2011 por uma margem de 72% contra o opositor Ousainou Darboe, que nunca aceitou os resultados, a CEDEAO decidiu não enviar observadores a Gâmbia por considerar que as condições para celebrar eleições "livres, justas e transparentes" não estavam presentes.