Ele disse que antes, "quando você entrava em uma loja ou em uma igreja ninguém registrava isso, assim como não havia registro de jornais que você comprava, do que você lia em uma biblioteca, nem quem você era e o que pensava. As suas ideias, sonhos, esperanças, o futuro — tudo isso pertencia a você. Mas cada vez mais esses dados estão virando propriedade de empresas. E essas empresas podem compartilhar essa informação com quem acharem melhor".
"Esse será o principal desafio do futuro — devolver o controle sobre dados pessoais às pessoas, que são seus verdadeiros donos", declarou Snowden nesta terça-feira durante uma videoconferência com os usuário do Twitter.
Ele adicionou que as empresas não precisam para de prestar serviços. Ou seja, a solução não seria deixar de escrever no Twitter ou publicar comentários em sites. "Mas são os usuários e mais ninguém que devem controlar esse tipo de informação", explicou o ex-analista da inteligência dos Estados Unidos.
Segundo ele, muitos não se importam com o fato de alguém estar registrando informações sobre suas conversas telefônicas, ou sobre suas atividades na internet. "Mas essa não é somente uma questão sobre para quem você está ligando. Isso é sobre para quem você telefonou durante toda sua vida. Quando e de onde você ligou. Quanto você pagou por isso. Isso é sobre as fronteiras que você já cruzou, o que você comprou, que cartas enviou, que site você visitou. Tudo isso cria dados sobre você, sobre suas atividades. Esses dados são muito mais detalhados, muito mais precisos, do que os dados que podem ser criados por um grupo de agências de investigação, mesmo que elas escolham monitorar somente uma pessoas", acrescentou Snowden.
Ele destacou que os serviços secretos não precisam mais espionar uma única pessoa, pois o registro de informações está sendo feito de modo automático.