"Em janeiro de 2015, todas as mídias começaram a informar sobre o descobrimento de uma cratera misteriosa na terra do rei Balduíno, no leste da Antártida, que, como informado pelos jornalistas, provavelmente teria sido resultado da queda de um meteorito. Quando vi as imagens da estrutura, imediatamente ficou claro que o fenômeno está ligado ao acúmulo de água em estado líquido, ao invés da queda de um corpo celeste", declarou Jan Lenaerts da Universidade Católica de Leuven (Bélgica).
Lenaerts e seus colegas desvendaram por que os escudos de gelo orientais na Antártida estão descongelando mais rapidamente que os modelos e cálculos climáticos previstos, através do estudo da cratera misteriosa de três quilômetros, descoberta na geleira do rei Balduíno, em janeiro de 2015, por um avião geodésico do Instituto de Alfred Wegener, organização norte-americana oceanográfica.
Toda a água desse lago, como revela a investigação de suas "margens", escorreu para o oceano antes de a cratera ser fotografada pelo avião, causando confusão entre os cientistas. A descoberta do grande lago levou à análise das imagens pelos cientistas, tiradas pelas sondas Terra e Aqua. Revelou-se que há 55 estruturas parecidas, ocultadas sob neves e gelos, perto dessa "cratera".
O seu descobrimento foi uma surpresa para os autores do artigo, impulsionando-os a buscar explicações através da análise de todos os processos, que estão acontecendo no leste da Antártida, com a ajuda do modelo climático da região construído por eles.
Os ventos fortes, segundo os cientistas, desempenham mais um papel — eles levam a neve da superfície das camadas de gelo milenares "azuis", que refletem menos luz do que a própria neve.
Tal processo somente reforça o descongelamento e vulnerabilidade das geleiras no leste da Antártida, deixando-as mais expostas ao calor e a luz. A água em estado líquido, que aquece as geleiras nessa parte do continente e as deixa exposta à destruição, possui "primos" na península da Antártica, que há pouco começaram a se livrar do gelo.