"Em nenhuma outra missão foram encontrados vestígios de boro em Marte. Se o boro, que encontramos dentro de jazidas de gesso marcianas, for parecido com o elemento que temos na Terra, então poderemos deduzir que a água, onde se formaram as jazidas, era neutra quanto à sua composição química e bastante quente — de 0 a 60 graus Celsius. Ou seja, favorável ao desenvolvimento de vida", afirmou Patrick Gasda do Laboratório Nacional de Los Alamos (EUA).
Os elementos boro e molibdênio, segundo revelou o estudo de meteoritos marcianos em 2013, poderiam ter chegado à Terra do longínquo Planeta Vermelho. Segundo Steve Benner, famoso exobiólogo, a atmosfera marciana continha quantidade de oxigênio necessária para realização de oxidação desses elementos e para dissolução dos mesmos em água.
Como resultado, eles encontraram uma pedra de gesso dentro do qual há camadas de sais de boro em grande quantidade. A pedra recebeu o nome de Katabola. Depois, quando a sonda continuou subindo rumo ao topo do monte Charp, os cientistas encontraram jazidas mais visíveis deste "elemento da vida".
Como proposto pelos cientistas, a formação das jazidas poderia ter acontecido de duas formas: devido à dessecação de grandes volumes da água, que é parecido à dessecação de jazidas do boro na Terra, ou em resultado de interação química dos solos marcianos e os fluxos de água que as atingiram no passado.
A exploração dessa região comprovou que a água participou ativamente na rotação da substância em Marte, sendo este, um grande passo na busca de vestígios de vida.
"Essa bacia de rochas sedimentares é um verdadeiro reator químico. Os elementos mudaram neste local, novos minerais surgiram e velhos desapareceram, eléctrones estavam sempre sendo distribuídos, causando a realização de outros processos que deram apoio à vida na Terra", indica o planetólogo.
Segundo o pesquisador, tais reações, relacionadas à espessura das camadas de rochas que contêm o boro e outros elementos, poderiam ter sido realizadas em solo marciano por milhões de anos. Esse fato, com certeza, aumenta nossas chances de encontrar vida na superfície do Planeta Vermelho, concluiu.