Recentemente, as autoridades groenlandesas têm estado muito indignadas com o fato de a Dinamarca ignorar a aspiração da Groenlândia a maior autonomia. O ministro das Relações Exteriores groenlandês, Vittus Qujaukitsoq, expressou a sua indignação e ameaçou com a saída do território da Comunidade Dinamarquesa se Nuuk não receber concessões do seu antigo dono colonial, informou o jornal dinamarquês Politiken.
''Durante 75 anos, a presença norte-americana não trouxe nada senão problemas, nada senão poluição ambiental e foi isso que provocou uma crise de confiança entre a Groenlândia e Dinamarca'', disse Qujaukitsoq.
Em outubro, o governo groenlandês criou um novo departamento da independência e decidiu que os EUA e a Dinamarca devem renegociar o controverso acordo sobre a base de Thule. Qujaukitsoq se encontrou mesmo com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, para lhe expressar diretamente sua posição.
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Mais cedo neste ano, especialistas afirmaram que o descongelamento de geleiras na Groenlândia provocará um grande desastre – a libertação de toneladas de agentes tóxicos da base nuclear construída clandestinamente pelos EUA durante a Guerra Fria. A situação é agravada ainda mais pelo fato de que agora não está claro quem é o responsável por tratar desta catástrofe. Parece que a Groenlândia terá de lidar com as consequências.
Ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Anders Samuelsen, considerou as críticas de Qujaukitsoq como ''nem justas, nem construtivas''.
A independência da Groenlândia significaria uma grande perda de territórios para a Dinamarca e minaria suas reclamações territoriais no Ártico. Em setembro, a Dinamarca e a Groenlândia apresentaram na ONU uma reivindicação conjunta da plataforma continental em redor da ilha.
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A Groenlândia, uma ilha com população de cerca de 55 mil habitantes, atingiu o direito de ter autoridades locais em 1979. Em 2008, o povo da ilha organizou um referendo para apoiar a ideia de mais autonomia. Em 2009, o groenlandês se tornou a única língua oficial da ilha, apesar de mais de 10% da população ser de origem dinamarquesa.