A influência de Moscou deve estar causando uma repressão tão grande nos os eleitores alemães, que ninguém vai votar. Mesmo que não exista lei alguma que obriga o comparecimento, o fator da "participação nula" tornaria impossível a criação do governo: "Os deputados do Parlamento Federal alemão são eleitos por sufrágio universal, direto, livre, igual e secreto", diz a constituição da Alemanha. Sim, mas e se ninguém comparecer?
Entretanto, mais e mais políticos alemães temem as "eleições russas", em que podem se tornar as eleições no Bundestag, em setembro de 2017. "Esta preocupação é justificada", acredita Christian Lindner, presidente do Partido Democrático Liberal. Tremendo-se, a chefia do partido teme que os russos passem um "trote" para o partido, declarando "o fim dele".
Mesmo que isso não esteja muito longe da verdade, esse é um famoso trote russo: usar a verdade como arma, pois para eles todas as medidas são boas! Por isso Patrick Sensburg, representante do CDU, exigiu através do grupo midiático Funke que "a desinformação proposital, que visa desestabilizar a situação no país, seja punida". Tudo indica que a participação permanente do Bundeswehr em operações fora da Alemanha viola as regras internacionais e os russos, ao falar sobre isso, estão prejudicando a capacidade de combate das Forças Armadas alemãs. É o tão bondoso e antigo método do KGB que agora está sendo praticado pelo Serviço de Segurança da Rússia.
Mas a ajuda está chegando: o chefe do Partido de Esquerda, Katja Kipping, atua a favor de proteger a campanha russa, criando um "Código de ética de princípios de informação e de política nas redes sociais". Mas, se analisarmos o comportamento de Kipping após se familiarizar com os documentos secretos do TTIP, como unidade de medida do seu novo código, no futuro, o público nunca saberá sobre os "planos de venda" do governo federal, pois, do ponto de vista ético, tal informação ainda não será total e completamente considerada verdadeira. Kipping até agora não falou nada sobre o que viu nos documentos do TTIP.
A eleição do presidente federal em fevereiro de 2017, serão também sobrecarregadas com "o fator russo". Especialistas temem que contra o principal candidato para o cargo, Frank-Walter Steinmeier, há grandes chances de jogarem as funções realizadas por ele no Maidan ucraniano em fevereiro de 2014.
Há rumores de que os russos intervirão com perguntas infames: é verdade que Steinmeier foi um dos responsáveis pela solução pacífica para o conflito através de um acordo entre o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, e a oposição? Ou até mesmo sobre a veracidade quanto aos conflitos ucranianos terem se transformado em uma verdadeira guerra depois de os fiadores internacionais "terem lavado as mãos". E, como esta guerra não se tornou em guerra com o envolvimento da Alemanha, os russos querem perguntar e o novo presidente federal e ex-ministro das relações exteriores: será que Steinmeier realmente serviu para o bem do povo alemão, prevenindo danos à Alemanha?
Uli Gellermann para a Sputnik Alemanha
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