Eis o que revela o artigo publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B.
Segunda essa hipótese, no âmbito da evolução, os organismos mudam constantemente não só para ganhar vantagem perante outras espécies, mas também para sobreviver.
Stuart Auld, cientista da Universidade de Stirling (Reino Unido), verificou a hipótese da Rainha Vermelha ao usar pulgas de água, que são capazes de se reproduzir sexualmente ou por meio de clonagem assexual.
A fim de conduzir o experimento, os cientistas precisaram desenvolver alguns métodos especiais para "enganar" o organismo das pulgas de água, fazendo-as se reproduzir através do sexo ou assexuadamente, imitando a chegada do outono, quando é percebido o maior número de pulgas de água (e parasitas), ou da primavera, quando os micróbios esterilizantes são quase inexistentes.
Com a criação de algumas gerações desses crustáceos, os cientistas observaram a resistência deles quando entravam em contato com o micróbio Pasteuria ramosa, comparando os indicadores dos "clones" com os das pulgas de água comuns. Na comparação, foram utilizadas bactérias que se evoluíram na natureza selvagem durante um ano.
Segundo Auld, ao comparar os descendentes da mesma mãe, os cientistas descobriram que os crustáceos que nasceram graças ao sexo, pegaram micróbios mais raramente do que suas "irmãs"-clones.
"A luta contra parasitas e doenças explica por que o sexo existe entre animais, apesar do seu alto custo evolucionário", conclui o cientista.