"Isso não é difícil de entender. Confrontos entre policiais militares e marginais aumentaram no Rio de Janeiro porque os marginais estão numa audácia muito grande, porque tiveram ocupação nas favelas que eram pontos preferenciais da venda de drogas por parte das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora", afirma Paulo César Amêndola. "São as comunidades da Providência, Rocinha, Alemão, etc. Eram locais em que os traficantes tinham lucros fantásticos com a venda de drogas. Você pode me perguntar: isso ainda existe? Existe, mas a presença das UPPs reduziu muito o poder dos traficantes de agir com a sua proteção armada."
O fundador do Bope explica: "Então, o que acontece? Eles, os traficantes, estão reagindo, resistindo e se confrontando com os policiais, na tentativa desesperada de manter um nível mínimo de lucratividade com a venda de drogas. Qual o resultado disso? A PM armada, os marginais armados reagindo a tiros e não pretendendo abandonar o seu teatro de operações, o resultado só pode ser morte. Nesse confronto armado, letal, a consequência natural é a morte de um lado e de outro. A Polícia Militar cumprindo a lei e os marginais armados se confrontando com os agentes da lei. O resultado é morte. A Polícia tem de cumprir a lei, independentemente de o marginal vai ficar ferido ou se vai morrer."
Paulo César Amêndola também disse que, ao assumir a Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro, uma de suas primeiras preocupações será a de buscar maior número de operações integradas entre a Guarda Municipal, que estará sob sua competência, e a Secretaria Estadual de Segurança Pública. Na opinião de Amêndola, agentes municipais e estaduais da Segurança Pública precisam ter atuação harmônica e integrada, em prol da população.