Caso o novo presidente dos EUA "continue prejudicando a confiança da defesa coletiva, o que ele começou fazendo ainda como candidato, assim, a OTAN não irá sobreviver cinco anos", advertiu o general em entrevista à revista Politico.
Ao mesmo tempo, Shirreff enfatizou a importância do princípio da defesa coletiva da OTAN estipulado no Artigo 5 do Consenso de Washington.
"A coisa realmente assustadora de Trump é que, como ele disse, não necessariamente oferecer ajuda caso um membro da OTAN seja atacado", aponta o general.
Mas não é esse o receio principal do ponto de vista de Shirreff. A fraqueza da OTAN poderá fazer com que a Rússia aproveite a oportunidade para reconsiderar a ordem após a Guerra Fria.
Anteriormente, Shirreff publicou um livro intitulado "Guerra com a Rússia: aviso urgente do Supremo Comando Militar". Nessa obra, o general expôs o cenário no qual a Rússia invade a Ucrânia e os Países Bálticos, provocando o confronto militar direto com a OTAN.
Shirreff destaca que o documento, além de combate ao terrorismo na Síria e no Iraque, abordou os contatos entre o Departamento da Defesa dos EUA e a equipe de transição de Trump sobre a China e a Coreia do Norte, mas a Rússia não foi mencionada na lista de prioridades.
Recentemente uma fonte diplomática próxima à OTAN revelou à agência RIA Novosti que os países da OTAN não têm ideia sobre as políticas de segurança transatlântica que Trump vai seguir.
Anteriormente, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, informou que a Rússia não espera abandono imediato dos planos da expansão da Aliança durante a nova administração norte-americana.
Paul D. Shinkman, no seu artigo da US News&World Report, presta atenção ao que as intenções atuais de Trump em relação à Rússia estarão claras logo após a posse. Será que o novo presidente dos EUA reforçará presença militar norte-americana nos Países Bálticos em 2017 ou vai colocar em questão esses planos?