Comentando o encontro entre os chanceleres da Rússia, Turquia e Irã, Burak Bilgehan Ozpek, cientista político e professor do departamento de ciências políticas e relações internacionais da Universidade de Economia e Tecnologia (TOBB) turca, declarou que o mecanismo trilateral de interação entre Ancara, Moscou, e Teerã pode influenciar a estratégia da Turquia na política externa. Também, como acredita o especialista, não haverá mais confrontos na Síria além da luta contra terrorismo.
Segundo ele destacou, Ancara sempre precisou de um jogador forte na questão síria e tentou colaborar com os EUA, mas não conseguiu tirar proveito desta aliança.
"Parece que a Turquia, desde o início, em vez de realizar uma política independente em relação à Síria, a entregou a outro jogador. Até 2016 esse jogador foram os EUA. Em vez de seguir sua própria estratégia, ela começou de modo voluntário realizando a política da potência mais forte não regional <…>. Entretanto, vimos que a Turquia a final de contas não conseguiu aquilo que ela desejava desta aliança", frisou o especialista.
Falando de como exatamente o acordo assinado em Moscou afetará a situação na Síria, Ozpek sublinhou que a luta contra o Daesh (organização terrorista, proibido na Rússia) passou a ser um problema internacional, saindo do âmbito de um assunto exclusivamente sírio.
Contudo, ele precisou que não vê razões para a escalada de conflito com os curdos, porque eles sempre mostraram sua disposição para negociar.
"Eu creio que no futuro mais próximo nos espera um período em que o território sírio será completamente controlado por Assad, o poder será dividido com os curdos e, com a ajuda deles e da coalizão internacional, serão realizadas operações contra o Daesh. Em geral, podemos dizer que o período de guerra civil na Síria, pelo menos sua fase violenta, acabou", declarou o professor Burak Bilgehan Ozpek em sua entrevista à Sputnik Turquia.