Segundo Eduardo Guardia, o governo e legislativo buscam alternativas para reabrir as negociações com o Congresso. O secretário ressaltou que não adianta só alongar as dívidas sem resolver a questão estrutural; ou seja, é preciso encontrar equilíbrio entre receitas e despesas nos estados. Eduardo Guardia afirmou que o governo não vê sentido em diferir pagamento de dívida, sem uma solução duradoura por trás deste tipo de acordo.
"Nós estamos, o governo junto com o Legislativo buscando soluções para que consigamos ter um mecanismo eficaz que possa ajudar a resolver os problemas dos estados que efetivamente estão em uma situação fiscal mais grave, particularmente estamos nos referindo ao Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. O ponto é que a exigência é necessária para que possamos de fato resolver o problema. Não queremos ter uma solução que não seja duradoura, uma solução que não implique mudanças estruturais na estrutura de receita e despesa dos governos estaduais, para que o problema seja no tempo resolvido. Nós sabemos que é um problema grave, complexo, que não tem solução mágica de curto prazo, mas o que nós não queremos e tenho certeza que o Legislativo também não quer é uma solução que não seja juridicamente robusta e que não aponte para a solução efetiva do problema."
De acordo com Maia, a Câmara aprovou um projeto de lei complementar que autoriza União e os estados a firmarem novos contratos, mas que não poderia fixar contrapartidas. O presidente da Câmara lembrou que, em 1997, quando foram feitas as primeiras negociações, cada estado assinou um contrato individual com o governo. "Especificar as contrapartidas é transformar a Câmara dos Deputados numa grande assembleia legislativa. O que há dúvida é se precisa de lei para delegar ao Ministério da Fazenda, ao governo, a possibilidade da decisão das contrapartidas sem nenhum embate judicial futuro com outros estados. Acho que essa é a dúvida do Ministério da Fazenda e ela é legítima. Então eu acho que vamos construir isso juntos", afirmou o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia disse ainda entender que a lei que foi aprovada é autorizativa e que um decreto presidencial resolveria as contrapartidas. "Mas esse é um debate que o governo tem que fazer. Não dá para nós, porque temos uma posição, a gente não pode impor isso a outro poder", ressaltou
Ainda como alternativa, o presidente da Câmara sugeriu que como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão em situação mais crítica e o Congresso está em recesso até fevereiro, há a hipótese de uma medida provisória, caso seja necessária uma lei.
Conforme a proposta aprovada pela Câmara, os estados poderão ter o pagamento de débitos estendidos por mais 20 anos, com descontos nas parcelas até julho de 2018 e novos indexadores. Os deputados aprovaram também a criação de um regime especial para estados em calamidade financeira, onde poderão, depois de aprovado um plano de recuperação por meio de lei estadual, ter as obrigações com a União suspensas por três anos.
Os deputados, no entanto, passaram para as assembleias estaduais o debate de contrapartidas, como o aumento da contribuição previdenciária paga por servidores estaduais e a proibição de novos cargos e de aumentos salariais.