A carta ao conhecido "falcão" republicano, que tem muitas vezes criticado a plataforma de Trump e que ocupa o cargo de presidente do Comitê das Forças Armadas no Senado, foi enviada na noite de terça-feira (27).
"Os cidadãos norte-americanos estão em grande medida cansados de políticas intervencionistas fracassadas. <…> O número de 'proxy wars' ['guerras por procuração', ou seja, guerras conduzidas por terceiros] envolvendo Washington e Moscou por todo o mundo continua pondo inúmeras vidas em risco", escreveu Page.
Em 18 de dezembro, o líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, recebeu uma carta de vários congressistas norte-americanos, incluindo McCain, na qual se exigia criar um painel especial para realizar um inquérito em relação ao alegado papel russo nos ataques de hackers aos e-mails do Partido Democrata durante a campanha presidencial em novembro de 2016.
"Independentemente das provas que o Congresso e o executivo possam encontrar durante as investigações sobre a Rússia que estão em andamento, é pouco provável que seja encontrado algo tão grosseiro como a frase extremamente não diplomática e hostil de Hillary Clinton: 'Nós chegamos, nós vimos, ele morreu' [a frase que ela, segundo a mídia norte-americana, teria pronunciado em outubro de 2011 em relação ao assassinato do líder líbio, Muammar Kadhafi]. O presidente Obama teve toda a razão ao se referir a essa intervenção falhada como o seu erro mais crasso", adiantou Carter Page.
A carta do ex-conselheiro de Trump foi divulgada no momento em que os EUA estão prestes a anunciar novas medidas contra a Rússia por sua suposta intervenção nas eleições.
A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos abriu novas perspectivas para as relações russo-americanas, já que ao longo da sua campanha ele tem por várias vezes elogiado o líder russo e afirmado que Washington e Moscou precisam estreitar os laços em uma série de assuntos, primeiramente no que trata do combate ao terrorismo na Síria.
McCain, por sua vez, está viajando nestes dias pelos países do Báltico juntamente com vários outros senadores para falar com as autoridades sobre o compromisso da OTAN na área da segurança dos aliados e sobre a suposta ameaça russa.