O documento com o pedido de impeachment de Dilma, assinado pelos advogados Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo (um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores) e Janaína Paschoal, apresentava considerações que fundamentavam o pedido de impedimento da presidente, que seria definitivamente destituída do cargo em 31 de agosto, por acusações de crime de responsabilidade ao cometer as chamadas "pedaladas fiscais".
Substituída por seu vice, Michel Temer (PMDB-SP), a quem brindou com adjetivos como "golpista" e "traidor", Dilma assistiu a todo o primeiro semestre deste ano se esvair com o país paralisado à espera da decisão definitiva do Senado Federal sobre a sua sorte. Afastada do cargo, ela se recolheu à residência da filha, no bairro Tristeza, em Porto Alegre, e hoje está à frente de uma das fundações de apoio ao Partido dos Trabalhadores.
O processo do impeachment
Em meio a tudo isso, o que aconteceu? Idas e mais idas de políticos ao Supremo Tribunal Federal. Inclusive para contestar a determinação do Juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Paraná, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, que, em março, determinou à Polícia Federal de São Paulo a condução coercitiva do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento acerca de denúncias que envolviam seu nome em atribuídas ilegalidades.
STF x Dilma
Também foi parar no Supremo Tribunal Federal a indicação de Lula para a Chefia da Casa Civil de Dilma. Lula foi nomeado mas não pôde tomar posse, pois o Supremo entendeu que o ex-presidente adquiriria foro privilegiado na tentativa de escapar de possíveis julgamentos (até o momento sem decisões) por parte de Sérgio Moro e de mais um juiz federal, igualmente singular, de Brasília (Vallisney Oliveira).
O Supremo este ano afastou Eduardo Cunha da Presidência da Câmara e manteve Renan Calheiros na Presidência do Senado Federal, mesmo com o Ministro Marco Aurélio Mello tendo determinado seu afastamento. Além disso, brigas e discussões entre ministros tornaram-se públicas, o que não deixou de chocar a população.
As reformas de Temer