Principais conflitos no espaço pós-soviético em 2016: foi assim que aconteceu

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Projétil no posto de controle Dolzhansky na fronteira da região de Lugansk da Ucrânia com a Rússia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Sputnik oferece uma revista dos conflitos principais que se desenrolaram no espaço pós-soviético no último ano.

Leste da Ucrânia

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O resultado principal do conflito no leste da Ucrânia em 2016 foi que os acordos de Minsk não foram cumpridos. Em 2015, eles foram prolongados até serem implementados, mas isso não aconteceu.

A operação militar iniciada pelas autoridades ucranianas contra as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, que proclamaram sua independência depois do golpe de Estado em Kiev em fevereiro de 2014, dura já por dois anos. Segundo os últimos dados da ONU, já mais de 10 mil pessoas foram mortas em resultado de conflito.

No fim de 2016, é possível dizer que todos os pontos do plano para regularização da situação em Donbass ficaram somente como uma declaração sem sua implementação. As negociações serão continuadas no próximo ano. Desde 24 de dezembro, em Donbass foi anunciada mais uma trégua.

O ano de 2016 se iniciou de forma tranquila e prometia uma resolução do conflito para breve. As partes chegaram a acordo sobre o cessar-fogo. Depois disso se realizaram duas tentativas de trégua – uma na Páscoa ortodoxa e outra antes de 1 de setembro. Entretanto, elas não conseguiram parar os confrontos.

Segundo a OSCE, as partes se aproximaram muito da linha de contato. "Tal situação leva a que povoados foram envolvidos nos combates provocando sofrimento e morte de civis."

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As negociações para o afastamento das forças decorreram desde o verão. No fim de setembro, foi assinado o acordo de afastamento das forças em três locais, mas ele não foi implementado em pleno. Em resultado, ao invés da retirada das forças, o conflito se agravou mais e nos pontos mais quentes do conflito surgiram de novo armas pesadas, inclusive artilharia, tanques e morteiros.

O ano foi infrutífero em termos de resolução política do conflito. Não foram atingidos acordos sobre o estatuto especial de Donbass, nem foi resolvida as questões das eleições locais ou da anistia.

A questão de troca de prisioneiros não foi resolvida até o fim. Durante o ano foram realizadas três trocas. Segundo os dados das repúblicas de Donbass, a Ucrânia detém cerca de 1,5 mil pessoas, inclusive civis.

A situação econômica também não melhorou. O bloqueio de transportes introduzido por Kiev dois anos atrás ainda não foi levantado. Entrar nas repúblicas ou sair delas é possível somente através de cinco postos de controle, mas isso nem sempre é seguro, continuam os ataques e as pessoas devem esperar na fila por mais de 24 horas para ver suas famílias que estão do outro lado.

Desde 1 de dezembro, Kiev desligou o abastecimento central de água às regiões da República de Lugansk "por motivo de dívida".

O ano que está acabando se destacou por crimes de grande repercussão. Um deles é foi o atentado fracassado contra o líder da República Popular de Donetsk, Aleksadnr Zakharchenko, que foi prevenido. O atentado contra o líder da República Popular de Lugansk, Igor Plotnitsky, foi realizado em agosto. Seu carro foi detonado, Plotnitsky sobreviveu e foi levado ao hospital.

O crime mais trágico foi a morte do comandante de um dos destacamentos da milícia da República Popular de Donetsk, apelidado de Motorola. Foi morto em resultado de uma explosão em sua casa.

Nagorno-Karabakh

O conflito entre o Azerbaijão e a Armênia, que estava estagnado, voltou à fase ativa, em abril deste ano, com confrontos intensos entre a República de Nagorno-Karabakh, apoiada pela Armênia, e o Azerbaijão. Esta fase foi a mais quente desde o cessar-fogo que entrou em vigor em meados de 1990.

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O conflito de Nagorno-Karabakh começou em 1988, quando a região autônoma procurou sua separação da República Socialista Soviética do Azerbaijão, antes de proclamar independência após o colapso da União Soviética em 1991.

Em 2 de abril deste ano, as partes informaram sobre o agravamento da situação em Nagorno-Karabakh. Em particular, as partes se acusaram uma à outra da reabertura de fogo. A Rússia, os EUA e a OTAN, entre outros, apelaram à cessação de hostilidades na zona de conflito.

Depois de confrontos violentos com uso de sistemas Grad e Smerch em 5 de abril, o Azerbaijão e a Armênia declararam cessar-fogo. Isso aconteceu no meio de negociações no âmbito do Grupo de Minsk da OSCE para a regularização do conflito em Nagorno-Karabakh.

Segundo os dados oficiais, o exército de Nagorno-Karabakh perdeu, durante a fase aguda do conflito em abril, 29 militares, outros 101 ficaram feridos.

O cessar-fogo tem sido violado todos os dias até ao presente. Entretanto, neste momento parece impossível resolver este conflito de longo prazo.

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