Após o encontro, Alexandre de Moraes afirmou que o governo do Amazonas já tinha conhecimento sobre a possibilidade de uma rebelião e fuga durante as festas de fim de ano, porém não avisou o Governo Federal. Também segundo o ministro, o número dado pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública do Amazonas, de que 184 presos tinham fugido também é inferior a realidade. O Comitê ainda informou que 58 presos já foram recapturados.
"Há relatos do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas de que poderia haver essa fuga entre o Natal e o Ano Novo, fuga que efetivamente acabou ocorrendo e foram mais de duas centenas de presos que fugiram. O Governo Federal em momento algum foi informado, nem foi solicitado nenhum auxílio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo que o Governo Federal poderia ter auxiliado. Nós tomamos ciência ontem (3) e anteontem (2), pessoalmente nas reuniões que fiz."
Segundo o ministro da Justiça, a situação do sistema carcerário brasileiro sempre foi um barril de pólvora.
"A questão penitenciária no Brasil é um barril de pólvora há 10, 20 anos. Não é um barril de pólvora agora. A diferença agora, de uns tempos para cá é exatamente, que isso passou a ser uma prioridade, essa é a diferença."
Na semana passada, o sistema prisional brasileiro ganhou investimentos por parte do Governo Federal, que liberou R$ 1, 2 bilhão do Fundo Penitenciário Nacional aos estados, onde cada um receber cerca de R$ 45 milhões, sendo R$ 32 milhões para serem usados na construção de novos presídios. A previsão é a de que o Governo libere em 2017 mais R$ 1,8 bilhão em recursos para o sistema penitenciário.
O Instituto Médico Legal (IML) de Manaus deu início a liberação dos corpos dos presos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim e também na unidade prisional do Puraquequara. Nesta terça-feira (3) foram liberados nove corpos e outros 30 já foram identificados, mas ainda aguardam a liberação.