"Posso repetir a declaração do presidente Putin: referências sobre ameaças por parte da Rússia em relação a, digamos, Países Bálticos – é um absurdo completo. Será que pretendemos combater contra a OTAN?", disse o analista militar russo Viktor Litovkin à Sputnik República Tcheca comentando as publicações tchecas.
Na opinião dele, é normal que o exército tcheco, que faz parte da OTAN, participe dos exercícios conjuntos.
"É bem conhecido que, por decisão tomada na cúpula de Varsóvia, a OTAN está reforçando seus limites orientais <…>. Isso é normal. Já não é normal que os EUA desembarquem na Alemanha, com objetivo de sua deslocação futura para a Polônia, uma brigada completa (centenas) de tanques pesados, obuses autopropulsados e outros equipamentos militares, 3,5 mil militares, ou seja, uma brigada blindada com uma dimensão sem precedentes desde o fim da Guerra Fria", disse Litovkin, acrescentando que isso não cria um clima favorável para a cooperação entre a Rússia e a OTAN.
"Se eles consideram a Rússia como inimigo, estão no seu direito. Habitualmente, no âmbito de tais exercícios militares o inimigo potencial e a parte que se defende são sempre convencionais, são inventados", disse.
Ao mesmo tempo, afirmou o especialista, a Rússia não está aumentando sua presença na região. A Rússia está instalando sistemas S-400 em Kaliningrado que são capazes de controlar o espaço aéreo num raio de 400 km, sistemas antinavio Bastion que podem fazer fogo com alcance de até 600 km.
"Agora de forma provisória, mas no futuro talvez de forma permanente, será instalado o sistema tático-operacional Iskander, capaz de neutralizar o sistema de defesa antimíssil em território da Polônia. Os sistemas de lançamento do guarda-chuva nuclear americano podem ser equipados, além de antimísseis, com mísseis de cruzeiro de grande alcance Tomahawk com um alcance de até 2,5 mil km. A Rússia não pode ficar de braços cruzados observando como se concentra um punho militar na sua fronteira", disse.
"Isso seria uma provocação de guerra nuclear. Segundo a doutrina militar russa, podemos usar essas armas se formos atacados por um país, ou coalizão de países, que possua armas nucleares. Mas quem quer reduzir o continente a cinzas radioativas? Penso que não há tais loucos nem na Rússia, nem na Europa, nem nos EUA", disse.
Como hoje é impossível assustar ou pressionar a Rússia, a OTAN simplesmente tenta provar aos europeus sua importância, que parece duvidosa para muitos na União Europeia.