O chefe da chancelaria chinesa, Wang Yi, apelou aos países africanos para intensificarem a cooperação na construção conjunta do Cinturão Econômico da Rota da Seda durante sua missão ao continente africano. Entre 7 e 12 de janeiro, Wang Yi realiza uma série de visitas oficiais a Madagascar, Zâmbia, Tanzânia, Congo e Nigéria.
Outro avanço que se tornou possível foi a saída da Etiópia, o país com desenvolvimento mais dinâmico da África, para o mar.
O vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov, chama atenção ao fato que no Djibouti a China criou sua primeira base militar no estrangeiro. Entretanto, a nova ferrovia dá acesso ao porto marítimo desse país:
"As ferrovias são o meio de transporte terrestre mais eficiente. A China está construindo uma rede ferroviária com base no Djibouti para aumentar no futuro seu poderio econômico e militar. Essa rede significa que a China está interessada na Etiópia. Na Etiópia há grandes reservas de ouro, além disso, o país fica com uma posição da maior importância geopolítica, obtendo saída para o mar. A ligação de Etiópia com o Djibouti e outros países africanos é uma penetração profunda da China na África. É evidente que a China substitui o Ocidente na África. A construção da rede de transporte é o instrumento evidente de controle de territórios."
A especialista do Centro de Economia Mundial do Instituto das Relações Internacionais Modernas chinês, Chen Fengying, apontou, em entrevista à Sputnik China, que a nova ferrovia permitirá aos africanos resolverem problemas ligados à modernização da Economia:
"A construção da Rota da Seda terrestre e marítima abrange a Ásia Oriental, o Sudeste Asiático, a Ásia Meridional, o Sudoeste Asiático, a África do Norte, as regiões da Comunidade dos Estados Independentes e do Cáucaso, a Europa Meridional, Central, Ocidental e Oriental e também a Oceania, dez regiões no total. No futuro estes limites podem ser ampliados, mas hoje a África não é a direção prioritária dessa rota. Acho que a ferrovia Djibouti-Etiópia é, primeiramente, um modelo para a modernização da África com participação da China, um exemplo notável da cooperação sino-africana. É importante para a construção da infraestrutura moderna na África. A ferrovia é tanto a velocidade como outras vantagens mais evidentes."
Além disso, a especialista chinesa sublinhou que ainda é cedo para falar da integração completa da África na Rota da Seda construída pela China.