China ativa 'diplomacia ferroviária' na África

© Foto / Digital Globe/Google EarthMapa de Djibouti no local da atual construção da base militar da China - antes do início de trabalhos
Mapa de Djibouti no local da atual construção da base militar da China - antes do início de trabalhos - Sputnik Brasil
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A China reforçou o convite aos países da África para participarem na construção da Rota da Seda com um avanço na sua "diplomacia ferroviária" nesse continente. Em 10 de janeiro, no Djibouti foi inaugurada para exploração comercial a ferrovia Djibouti-Etiópia, construída pela China.

O chefe da chancelaria chinesa, Wang Yi, apelou aos países africanos para intensificarem a cooperação na construção conjunta do Cinturão Econômico da Rota da Seda durante sua missão ao continente africano. Entre 7 e 12 de janeiro, Wang Yi realiza uma série de visitas oficiais a Madagascar, Zâmbia, Tanzânia, Congo e Nigéria.

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O lançamento oficial da ferrovia Djibouti-Adis Abeba foi chamado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post de um passo importante para o aumento de influência da China na região. É a primeira linha ferroviária eletrificada na África, cuja construção se tornou possível graças ao capital e fornecimentos tecnológicos e de recursos pela China. Pequim financiou cerca de 70 por cento desse projeto do valor de quatro bilhões de dólares. Além disso, a China formou mais de 20 mil especialistas locais para a construção dessa ferrovia e que agora irão dirigir essa infraestrutura.  Antes, o caminho de Djibouti para Adis Abeba levava três dias por rodovia e agora dura dez horas.

Outro avanço que se tornou possível foi a saída da Etiópia, o país com desenvolvimento mais dinâmico da África, para o mar.

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Entretanto, esse projeto é considerado como parte importante da artéria transafricana que permitirá a muitos países da África Austral, Ocidental e Central obterem, através do mar Vermelho, uma saída para o canal de Suez.

O vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov, chama atenção ao fato que no Djibouti a China criou sua primeira base militar no estrangeiro. Entretanto, a nova ferrovia dá acesso ao porto marítimo desse país:

"As ferrovias são o meio de transporte terrestre mais eficiente. A China está construindo uma rede ferroviária com base no Djibouti para aumentar no futuro seu poderio econômico e militar. Essa rede significa que a China está interessada na Etiópia. Na Etiópia há grandes reservas de ouro, além disso, o país fica com uma posição da maior importância geopolítica, obtendo saída para o mar. A ligação de Etiópia com o Djibouti e outros países africanos é uma penetração profunda da China na África. É evidente que a China substitui o Ocidente na África. A construção da rede de transporte é o instrumento evidente de controle de territórios."

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Nos anos 70, a ferroviária Tanzânia-Zâmbia foi o bilhete de entrada da China no continente africano. Porque, apesar de não ter dinheiro na altura, a China ajudou a Tanzânia e a Zâmbia a construir essa ferrovia. Agora, estando o país em outro nível, a China agudará a moderniza-la.

A especialista do Centro de Economia Mundial do Instituto das Relações Internacionais Modernas chinês, Chen Fengying, apontou, em entrevista à Sputnik China, que a nova ferrovia permitirá aos africanos resolverem problemas ligados à modernização da Economia:

"A construção da Rota da Seda terrestre e marítima abrange a Ásia Oriental, o Sudeste Asiático, a Ásia Meridional, o Sudoeste Asiático, a África do Norte, as regiões da Comunidade dos Estados Independentes e do Cáucaso, a Europa Meridional, Central, Ocidental e Oriental e também a Oceania, dez regiões no total. No futuro estes limites podem ser ampliados, mas hoje a África não é a direção prioritária dessa rota. Acho que a ferrovia Djibouti-Etiópia é, primeiramente, um modelo para a modernização da África com participação da China, um exemplo notável da cooperação sino-africana. É importante para a construção da infraestrutura moderna na África. A ferrovia é tanto a velocidade como outras vantagens mais evidentes."

Além disso, a especialista chinesa sublinhou que ainda é cedo para falar da integração completa da África na Rota da Seda construída pela China.

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