Para Galea, esta "demonstração de força" é "a forma que os EUA têm de fazer diplomacia". Responder neste momento aos pedidos de países como Estônia, Letônia e Lituânia poderia ter a ver com as acusações de que a Rússia esteja envolvida em ataques cibernéticos internacionais.
De acordo com o analista, a estratégia deixa em “alerta” os estudiosos das relações internacionais, bem como a presença da OTAN em "uma parte tão importante" que opera como um "tampão entre a Europa e a Rússia".
"O chefe da OTAN, [Jens] Stoltenberg, disse que era uma operação defensiva, mas também temos de ter em mente que o envio de tantas unidades não tem precedentes desde o final da Guerra Fria; mais ou menos, no total, são 4.500 [militares]. Embora eles digam que não têm um inimigo em comum, ou que não visem nenhum país em comum, claramente a ideia é conter a Rússia", avaliou Galea.
Além disso, a posição da Alemanha "é um apoio fundamental" para a OTAN, segundo ele, já que este país "enviou tropas junto com a Grã-Bretanha" para a região. No entanto, disse o analista, os opositores da chanceler Angela Merkel "estão em desacordo" com o desdobramento militar a poucos meses para as eleições federais e o fim de seu mandato.
A possível chegada da oposição alemã ao Governo do país, assim como a posse iminente de Donald Trump – que expressou "desacordo" com a situação, mas vai cumprir os compromissos assumidos pelos EUA com os países da aliança ocidental, segundo declarações do senador republicano John McCain – podem fazer do aumento da presença militar na região "algo de temporário", segundo a avaliação de Galea.
“Não acredito que isso vá adiante”, conclui o analista. “Não acho que vai levar a outro cenário de conflito nem a uma escala maior. Acho que [o presidente russo, Vladimir] Putin vai ser muito inteligente. Ele provavelmente irá tomar alguma medida para não se mostrar fraco, mas não deve haver uma escalada militar".