O professor da Universidade de Teerã, Seyed Mohammad Marandi, esclareceu que o único país que tenta constantemente violar o acordo nuclear são os EUA, o que coloca em dúvida a declaração de Obama.
"Primeiramente, há que destacar que o acordo nuclear concluído entre o Irã e o sexteto é um êxito não de qualquer país isolado, dos EUA em particular, mas dos esforços conjuntos de todos os países participantes do processo de negociações. Além dos EUA, eles são a Rússia, a China, o Reino Unido, a França e a Alemanha. No entanto, a posição de alguns países do sexteto foi mais construtiva no processo de negociações de que a dos EUA. Os norte-americanos não desempenharam um papel positivo e construtivo neste assunto. Em resultado, o acordo foi atingido, mas não graças aos EUA", disse.
"Tudo isso contradiz absolutamente as obrigações dos assinantes. Por isso se coloca a questão se para os EUA, segundo Barack Obama, o acordo nuclear é muito importante e ele o considera como um êxito importante, então porque os EUA tentam sempre violar este acordo?", afirmou.
Por seu turno, o analista político iraniano Hassan Hanizadeh disse que se não fossem os esforços da Rússia e China no processo negocial, o acordo podia não ter sido assinado.
"Sem a cooperação ativa da Rússia e China, os EUA não teriam conseguido o seu nicho no acordo atingido. Em seu discurso Barack Obama se esforçou em descrever a situação como se o Irã não tivesse resistido à pressão dos EUA e cedido em tudo no seu programa nuclear. Contudo, na realidade a situação é muito diferente: o Irã continua como antes seu programa nuclear sob controle rígido da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)", disse Hanizadeh.
Segundo ele, Obama nem mencionou os outros participantes do processo de negociações e tentou se atribuir os êxitos dos outros países. No seu discurso de despedida, sublinhou o especialista, ele tentou apresentar somente aspetos positivos do seu trabalho, enquanto muitos especialistas compreendem que a política externa de Obama não foi tão transparente assim, e "seu resultado foi o surgimento e ampliação da atividade dos grupos terroristas, em particular do Daesh".