Na operação, os agentes também buscam pistas sobre o paradeiro de 12 brasileiros que estão desaparecidos desde novembro de 2016, na região das Bahamas.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram após o desaparecimento de um brasileiro que teria tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com a ajuda dos coiotes. Os atravessadores chegavam a cobrar quantias entre R$ 40 a R$ 60 mil para intermediar o transporte ilegal via Bahamas.
Segundo o delegado da PF, Raphael Baggio de Luca, a ramificação da quadrilha no Brasil aliciava o brasileiros que tinham vontade de morar nos EUA e vendiam para eles o sonho americano. Do Brasil, essas pessoas eram levadas ao Panamá e depois para as Bahamas. Antes de deixar o Brasil, os imigrantes ficavam em alguma cidade próximo a um aeroporto internacional de fácil acesso, aguardando instruções e ordem de embarque para as Bahamas, que só acontecia quando um determinado agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Já nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para embarcar de barco para os Estados Unidos.
"Quando chegavam nas Bahamas, ficavam em uma casa pelo tempo que a organização determinasse, até receber a ordem para embarcar via barco das Bahamas para os Estados Unidos, na região da Flórida. Na verdade, colocam em um barco, canoa, embarcações péssimas. Faziam as travessias de forma perigosa, à noite. Durante o dia, ficavam escondidos em ilhas na região, sem alimentação, sem bebida, para continuar a viagem à noite. Tudo para ludibriar a fiscalização."
Apesar de conhecerem todos os riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, a quadrilha escondia os reais perigos envolvidos na travessia, como por exemplo a passagem pela região do Triângulo as Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves.