Apesar de numerosos apelos de Trump para normalizar ar relações com a Rússia, Mattis é um crítico incansável de Moscou e está apoiando a linha mais dura.
Durante a sessão do Senado dos EUA, ele criticou a Rússia, dizendo que ela [Rússia] "tem escolhido ser um competidor estratégico [dos EUA] e um adversário nas áreas cruciais".
"A Rússia é a ameaça principal para os Estados Unidos", afirmou Mattis ao Comitê de Serviços Armados do Senado.
Ele sempre foi um "durão" e prefere soluções duras para os problemas, especialmente se estão relacionados com a Rússia, disse Valery Garbuzov, diretor do Instituto de Estudos dos EUA e Canadá da Academia de Ciências da Rússia.
"Seria muito ingênuo esperar que os chefes do Departamento do Estado e do Departamento de Defesa fossem amigos da Rússia. Isso não acontecerá", declarou à RIA Novosti.
Comentando sobre as últimas observações de Mattis, Garbuzov apontou: "Acho que Mattis disse exatamente o que queria."
Ao mesmo tempo, o especialista notou que, apesar da retórica de Mattis, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e sua equipe expressam a disponibilidade para manter o diálogo com a Rússia.
"Se Washington e Moscou tiverem um diálogo pragmático, isso será o que necessitamos. Quanto a passos práticos na área da política, vamos esperar para ver. Acho que, apesar de todos os comentários, a Administração Trump terá atitude pragmática em relação à Rússia. No entanto, uma volta completa nas relações entre a Rússia e os EUA é pouco provável", concluiu Garbuzov.
Segundo disse ele, o futuro chefe do Pentágono e outros membros da equipe de Trump não podem ser amigáveis em relação à Rússia. Ele adicionou que a posição antirrussa é também habitual no Congresso.
"Se se retratassem a si próprios como defensores da amizade russo-americana, nunca teriam protegido seus postos", afirma Suzdaltsev.
No entanto, de acordo com Suzdaltsev, com a Administração de Trump existe a oportunidade de atingir um compromisso e entendimento que não era possível sob a presidência de Barack Obama.
Ele explicou que os assuntos da política exterior da Rússia são frequentemente usados como um instrumento de luta política interna nos EUA.
"A Rússia é o ponto onde os interesses dos democratas e dos republicanos entram em conflito. A Rússia é um assunto usado contra Trump por seus oponentes", acrescentou.
"O que vimos [na sessão do Senado] é uma rotina. Os oponentes políticos estavam se intimidando uns aos outros. Os EUA sempre estão buscando inimigos estrangeiros. É uma parte importante da política americana", concluiu.